Tenho cá comigo que precisamos aprender a ousar. Não podemos nos contentar com pouco, que é a tônica por nós seguida e absorvida. Nós, paranaenses, somos tímidos por natureza e não temos registros de grandes feitos que possam preencher mais do que uma ou duas páginas de um compêndio.
Nossa representatividade sempre foi muito limitada e na história da República, a rigor, não há ninguém que possamos colocar no que seria um primeiro escalão de todos os tempos. Um ministro aqui, outro ali (agora estamos com três, fato raro), mas nada além disso em qualquer um dos poderes. E, acomodados que somos, pouco parecemos nos importar com a situação, como se fosse tudo muito natural, enquanto outros estados da federação ocupam expressivas vagas em todos os segmentos.
Esse comportamento reflete diretamente no futebol e faz com que o pouco já nos satisfaça. Resignados, admitimos hoje que faltou bem pouco para o Coritiba voltar a disputar a Copa Libertadores da América e que também por muito pouco o Atlético não conseguiu se livrar do rebaixamento à Segunda Divisão nacional.
Não tiramos proveito dos dois títulos nacionais que conquistamos. O Coritiba foi um desastre depois da brilhante conquista no Maracanã. Desmontou o time e disputou uma Libertadores de forma pífia, enroscando-se já na primeira fase de disputa. E dali uns meses nada mais restava da equipe que tinha, com méritos totais, atingido o topo do futebol nacional.
O Atlético ainda fez um pouco mais quando foi campeão. Tentou conservar os protagonistas da glória para o torneio continental. Mas aí o que rachou foi a diretoria, por causa do conflito de vaidades que ainda hoje prejudica o clube. Houve uma tentativa de retomada anos depois, com o duplo vice Nacional e Libertadores que poderia significar a definitiva inclusão no rol da elite nacional.
Pura ilusão. Com o tempo voltamos à vala comum e hoje nossos times são vistos como meros coadjuvantes da estrutura do futebol do país. Não só de fora para dentro, mas também aqui, entre nós, devidamente anestesiados.
Até quando?
O Coritiba aposta no belo trabalho de seus dirigentes para projetar uma ascensão na próxima temporada. Com ela, tentar agregar o poder de decisão que faltou justamente nos momentos em que poderia confirmar o passo mais largo rumo ao patamar superior. Tem todas as ferramentas para isso, desde que o pensamento também cresça a par das ideias e realizações.
O Atlético, de seu lado, primeiro precisa resolver as questões internas que só enfraquecem seus pilares. Feito isso será questão de respirar fundo e começar de novo, no eterno recomeço que vive o futebol paranaense em busca de um espaço que nunca chega.
Já o Paraná Clube...
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