A temporada 2012 começa com muitas novidades na F1 e por aqui não poderia ser diferente: neste ano, escreverei neste espaço na Gazeta do Povo também aos sábados (véspera dos GPs), e as análises depois das corridas seguem em seu formato e dia tradicional, na segunda-feira.
Nesta primeira corrida de 2012, é difícil não escapar da tentação de "arriscar na futurologia" para prever, afinal, como será a temporada deste ano. E só mesmo depois da disputa da classificação (encerrada depois do fechamento desta edição) é que o cenário ficará mais claro em relação à pergunta óbvia: quem vai poder parar Vettel a Red Bull?
Além da ascensão da McLaren, outros dois carros com motor Mercedes parecem ter fôlego para se intrometer nesta briga: justam ente a equipe oficial da montadora alemã, com Nico Rosberg e Michael Schumacher. Não digo isso porque o heptacampeão liderou a segunda sessão livre na sexta: afinal, todos andam com diferentes níveis de combustível e a pista estava molhada, servindo pouco como referencial.
A questão é que o pacote técnico de 2012 da Mercedes ganhou um upgrade. Além da nítida eficiência do motor Mercedes (o que também pode impulsionar a Force India no pelotão intermediário), uma solução aerodinâmica criada pelo gênio Ross Brawn é apontada como grande diferencial da equipe.
Chamado de duto W, ele tem um mecanismo que opera independente da ação do piloto (ao contrário daquele de 2010, o duto F, que obrigava o piloto a tirar a mão do volante). Em poucas palavras, este dispositivo distribui com grande eficiência o fluxo de ar na asa dianteira em todos os tipos de situação (na reta e em curvas para direita ou esquerda) e em conjunto com o funcionamento da asa móvel traseira (DRS).
Mas, e a legalidade do sistema? Na primeira vistoria em Melbourne, tudo ok. Mas é claro que, se a Mercedes GP realmente mostrar grande evolução graças a esta inovação, a F1 pode rever novamente aquela chuva de protestos sobre os carros de Ross Brawn como foi com sua equipe em 2009 e seus difusores. Por via das dúvidas, pode ter certeza: já tem engenheiros em todas as equipes trabalhando para copiar o sistema em seus carros. É assim na F1: se não pode vencê-los, junte-se a eles.
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