Após trocar o time inteiro e passar pelas mãos de três técnicos até um que foi e voltou , o Atlético tem boas chances de entrar no G4 da Série B hoje. Prova de que é um campeonato fácil. Pelo menos para quem pode. Se o time tem um poderio financeiro superior ao dos adversários, ganha até o direito de errar por várias rodadas. Desde que corrija o rumo a tempo. Foi o que o Rubro-Negro fez ali pelo final do primeiro turno. O rival Paraná, ao contrário, é um dos que não pode se dar ao luxo de perder tempo, pois a dificuldade de recuperação é bem maior.
O marco é a vitória por 2 a 0 sobre o América-RN, dia 7 de agosto. Até então, a equipe acumulava seis vitórias, dois empates e sete derrotas, a última três dias antes, para o São Caetano, em Paranaguá, que causou a demissão do técnico Jorginho e deixou a diferença para o G4 em nove pontos.
Com Ricardo Drubscky de volta ao comando ele já havia dirigido o Furacão no empate por 0 a 0 com o Goiás e na derrota por 1 a 0 para o Ceará, na sexta e sétima rodadas, antes de ser rebaixado para o time sub-23 , são seis vitórias e dois empates. O G4 agora está a um ponto.
Menos pela troca de treinador e muito mais pela entrada no time de reforços com maior capacidade técnica do que a média da competição. Jogadores como Elias, Henrique, João Paulo, Marcão, Maranhão ou Pedro Botelho. Minha impressão é de que, com Jorginho, que indicou a maioria deles, o Atlético também arrancaria. O técnico campeão da Segundona no ano passado pela Portuguesa, aliás, faz agora com o Bahia a melhor campanha do segundo turno da Série A.
A situação do veterano meia Paulo Baier ilustra bem a situação. O time era completamente dependente dele, que nem sequer tinha mais condições de fazer duas partidas seguidas em alto nível. Após a reformulação, o ídolo da torcida se tornou um reserva de luxo. Uma opção para momentos complicados como a virada sobre o Boa na semana passada, quando entrou no intervalo para ajudar o Rubro-Negro a se livrar de uma situação complicada no jogo que marcaria o retorno do time a Curitiba.
A recuperação mostra que se o clube tivesse feito tudo direitinho desde o começo conseguiria tranquilamente o retorno à Primeira Divisão, como fizeram todos os campeões da Série B desde que a competição passou a ser disputada por pontos corridos: Atlético-MG (2006), Coritiba (2007 e 2010), Corinthians (2008), Vasco (2009) e Portuguesa (2010). À exceção da Lusa, todos com capacidade financeira superior aos concorrentes.
Embalado, o Furacão parece pronto para entrar na zona do acesso e não sair mais. O mau começo, porém, deixa a conta apertada. Por isso qualquer má fase pelo caminho complicaria uma campanha que deveria ser fácil desde o começo.
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