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Hoje é um dia importante para o futebol. O encantador Barcelona tem uma armadilha daquelas para desarmar no Camp Nou: o Milan em alta, líder do Campeonato Italiano, jogando por um empate com gols para eliminar o grande time da atualidade nas quartas de final da Liga dos Campeões da Europa.

Se isso acontecer, será a senha para os detratores do Barça se animarem. "Avisamos que não era tudo isso", dirão. Ou, pior ainda, os defensores do futebol feio, denominado "de resultado", colocarem a cabeça para fora: "Foi só arranjar um jeito de marcá-los", sentenciarão.

Ainda mais porque se o Milan conseguir parar o Barça não será jogando de igual para igual. Será marcando muito, mesmo – e italianos têm fama de fazer bem isso. Além de ser eficiente para aproveitar os espaços na defesa catal㠖 e o time de Pep Guardiola deixa espaços mesmo.

Ver uma retranca rubro-negra, somada à aposta em contra-ataques e bolas paradas, será perfeitamente compreensível. Afinal, não são poucos os exemplos de times que tentaram encarar Messi e cia. de frente e acabaram facilmente subjugados. Tiveram uma lição de que não é só tentar reter a bola e ir para cima. É preciso organização para isso, e ela só vem com muito treino. O Santos de Neymar que o diga.

Na verdade, também não são poucos os exemplos de retrancas que sucumbiram à paciente posse de bola barcelonista. Mas ainda parece ser esse o melhor jeito de encarar a fera. O próprio Milan teve uma experiência interessante no duelo na Espanha ainda pela fase de grupos. Saiu na frente com um gol de Alexandre Pato em jogada individual logo no início. Depois fez o que pôde enquanto era envolvido pela troca de passes do Barça. O que pôde foi sofrer apenas dois gols. No fim achou o empate em uma cabeçada do zagueiro Thiago Silva após cobrança de escanteio. Um 2 a 2 que, se repetido desta vez, garantirá a vaga nas semifinais – graças ao empate sem gols na partida da semana passada em Milão.

Ou seja, não é tão difícil a eliminação do Barcelona em casa. Dependendo do andamento da partida, uma falha da defesa ou um lance de inspiração de Ibrahimovic, por exemplo, podem decretar a queda do hoje melhor time do mundo. E um duro golpe no conceito de futebol bonito que vem sendo espalhado pela troca de passes dos jogadores de azul-grená, enfeitado pelas belas jogadas de Messi.

Estou do lado dos que acham que quanto mais jogos e títulos importantes essa equipe ganhar, melhor. Melhor ainda se deixar filhotes, como o Athtetic Bilbao, de Marcelo "El Loco" Bielsa, sensação da Liga Europa, também baseado em um estilo de posse de bola e ofensividade – assimilado aos poucos, após muita insistência do técnico argentino.

Assim vão diminuindo os argumentos dos apreciadores do tal "futebol de resultado" como tese suprema. Apesar de que, resultado por resultado, esse Barça já ganhou muito mais do que qualquer time que algum dia já se deu bem jogando feio.

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