Era inevitável. Ao final de cada prova na Olimpíada de Londres, os jornalistas perguntavam aos técnicos e atletas brasileiros as previsões das respectivas modalidades para os Jogos do Rio, em 2016. E a resposta não variava muito. Os veteranos que se despediam das Olímpíadas diziam confiar na geração que os substituiria. Os que estarão na disputa daqui a quatro anos diziam que irão mais empolgados para a competição em casa. O único a destoar do discurso pronto e ir um pouco mais a fundo na análise foi o técnico da seleção masculina de basquete, Rubén Magnano ironicamente, um argentino.
Em vez de fazer uma análise do grupo que, se o pessoal da Confederação Brasileira de Basquete for inteligente, ele mesmo deverá comandar em 2016, Magnano preferiu dar um cutucão certeiro na política esportiva brasileira. Criticou o fato de a obsessão do momento no Brasil ser a conquista do máximo de medalhas apenas nos Jogos do Rio e não a criação de uma estrutura competente de formação de atletas nas mais diversas modalidades, que produza competidores capazes de transformar o país em potência olímpica de fato, independentemente se a competição for no terreno caseiro ou não.
Domingo, reportagem de capa da Folha de S. Paulo mostrou que a visão do argentino é correta. Uma equipe do jornal paulista foi até a Jamaica para conferir por que a pequenina ilhota caribenha se transformou em celeiro de campeões no atletismo, de onde saiu o maior atleta olímpico da atualidade, o velocista Usain Bolt, bicampeão olímpico em Londres em três provas, nos 100 metros, 200 metros e 4x100 metros. A matéria mostra que o grande salto jamaicano foi quando as autoridades públicas perceberam que criando estrutura na base, com competições nas escolas públicas e com professores de educação física valorizados, seria possível aproveitar o talento dos jovens para transformá-los em campeões. Se deu certo na Jamaica, por que não daria aqui? Falta só vontade. Porque tempo nós temos. Afinal, Olimpíada não é só em 2016. Tem a cada quatro anos.
No problem
Edson Militão, colunista da Gazeta e veterano de coberturas internacionais, propiciou um dos momentos mais hilários dos Jogos. Ao passar pela revista na entrada do Parque Olímpico certo dia, o detector de metais apitou. Um segurança, um negrão alto e forte, com cara de poucos amigos, aproximou-se e perguntou, por mera formalidade, já que ele faria aquilo de qualquer forma, se poderia revistá-lo. Militão fez uma cara séria, braba, e respondeu com convicção, para o meu desespero: No...
O segurança ficou atônito, com cara de espanto. O "Milita", mais do que rápido, tratou logo de completar a resposta com um sorrisão maroto.
... no problem. Of course. Confesso que nunca vi um cara rir tanto como aquele segurança enquanto revistava o Militão.
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