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O fim de ano promete à torcida paranista. Além do declínio técnico do time, a ascensão de vários rivais e a tabela indigesta, a depressão da torcida surge como algo inevitável caso o Tricolor deixe o G4. Com toda a mobilização para ajudar o clube, o discurso colaborativo de Dado Cavalcanti, o envolvimento emotivo em busca da volta à elite, sair da zona azul trará desânimo e pessimismo à Vila. E não deveria ser assim.

Hoje, segundo o matemático Tristão Garcia, o Paraná já é a 5.ª equipe em termos de chance para subir, superado por Avaí, Sport, Chapecoense e Palmeiras. Estes dois últimos podem comemorar. São então duas vagas para sete concorrentes. Além do Tricolor, Avaí, Icasa, Joinville, América-MG, Ceará e Figueirense estão nesta briga.

Aí entra o segundo drama, atrás do possível desespero dos tricolores: o caminho até a última rodada. A conta simples para subir são mais sete vitórias em 11 jogos. Ou seja: vencer todas em casa e mais duas fora. Pior é que recebe no Durival Britto a Chapecoense e o Palmeiras. Longe da torcida vai se deparar com Ceará, Sport e Joinville. São cinco duelos para respirar fundo e esperar tudo, especialmente o pior.

Diante disso, resta uma mensagem aos tricolores. A situação requer calma, paciência e até mesmo a difícil consciência de que deixar o G4 não será o fim neste momento. A tranquilidade para lidar com a frustração será o teste final para o clube nessa luta para voltar ao primeiro escalão nacional.

Muitos concorrentes terão momentos de baixa até o fim da disputa, dia 30 de novembro. A gangorra vai prevalecer. A turma do rebaixamento, por exemplo, venderá caro cada pontinho, inclusive o América-RN, hoje à noite. E a briga, que desenhava o Paraná no camarote, será das mais quentes na história da Segundona.

Agora, diante dos percalços inevitáveis até o fim, valem dois conselhos. 1) Pagar salários em dia; 2) Torcida não abandonar o time. Na história da Série B, jamais alguém subiu sem esse combo. Dinheiro e carinho são os únicos combustíveis para o acesso.

A parte financeira está alheia ao desejo dos fãs. Uma obrigação exclusiva dos dirigentes. Infelizmente, a falta de pontualidade na remuneração deve acompanhar o Tricolor. Mas o afago dos torcedores não deve diminuir nesta hora difícil. É exatamente nos momentos de dúvida e provação que o abraço faz sentido.

Se o Paraná fracassar no tour pelo Nordeste (depois do América encara o Ceará), paciência. Haverá ainda nove batalhas pela frente. ‘Jogar a toalha’ ou ‘baixar a guarda’, para ficar em dois termos bem compreensivos, é tudo que os adversários querem.

Os paranistas, desde o rebaixamento, nunca estiveram tão perto de subir. O adversário de hoje, além do desesperado América-RN, é vencer o medo. Se perder para o clube potiguar, coragem.

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