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O matreiro Vélez Sarsfield estragou o 90.º aniversário do Atlético. Revés que obriga o Rubro-Negro a torcer para que o pobre coitado do Universitario apronte alguma para o The Strongest hoje, o que amenizaria um pouco a agonia de ter de decidir a vaga na perigosa altitude de La Paz contra os bolivianos no dia 8 de abril.

Raciocínio que também vale para o Coritiba, principal candidato ao título paranaense. Apagado, o Alviverde caiu em Maringá. Ao menos o gol de Julio César facilitou um pouco coisas para a partida da volta, domingo, no Couto Pereira. Vencer por dois gols diferença não das tarefas mais complicadas.

O drama tricolor

A inesperada e precoce desclassificação no Paranaense para o time baby do Atlético colocou um pouco mais de fogo no barril de pólvora que se transformou a Vila Capanema. A crise é imensa e, do jeito que está, parece não ter fim. Afundado na Segunda Divisão nacional desde 2008 e sem conquistar um título de relevância há oito anos, o Paraná vai diminuindo dia após dia. Todo o prestígio acumulado nos gloriosos anos 90 foram jogados quase que integralmente pelo ralo.

Hoje, sem rodeios, o Tricolor não consegue mais bater de frente com Coritiba e Atlético. Falta estrutura, falta administração, falta dinheiro. Qualquer festa paranista vem com uma data de validade curtíssima carimbada na embalagem – a história dos três clássicos seguidos com Rubro-Negro está aí, bem fresca na memória, para não deixar o torcedor se iludir.

Há anos o sofrido fã tricolor se fia em promessas que nunca se materializam. A solução para os diversos dirigentes que deram as cartas no Durival Britto sempre está por vir. E nunca vem. Seja a saída do Pinheirão, a volta para a Vila, o plano de sócio torcedor, a parceria com a L.A. Sports ou com o empresário Marcos Amaral, o leilão da sede do Tarumã ou patrocínio da Caixa Econômica, nada deu certo. Os salários atrasados e as constantes greves viraram fantasmas que essa atual diretoria não consegue dissipar.

"Vocês não imaginam o que acontece aqui dentro", desabafou o ex-técnico Milton Mendes a um grupo de repórteres pouco antes de entregar o cargo. Ele mesmo chegou a organizar uma vaquinha para amenizar a falta de dinheiro de alguns jogadores, algo que funciona bem no tradicional campeonato amador de Curitiba, mas que é inconcebível para quem se aventura no cada vez mais profissional mundo da bola.

Por mais boa vontade que tenham, os atuais dirigentes ainda não acertaram a mão. Já são quase três anos de poder e, nesse tempo, as boas-novas no clube podem ser contadas no dedo. Ainda há tempo, claro. E tudo começa pela máxima que toda dona de casa que vai ao supermercado sabe bem: você não pode colocar no carrinho mais do que o seu dinheiro lhe permite pagar. Qualquer reviravolta na Vila Capanema passa necessariamente por pagar salários em dia. Sem isso, o futuro é ainda mais sombrio.

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