O problema não está na não marcação de pênaltis em lances como os reclamados pelo Londrina no domingo. Está na marcação deles. Se todos os árbitros seguissem a regra e bradassem "segue o jogo!" quando a bola bate na mão de um defensor sem que ele tenha a intenção, polêmicas como essa nem sequer existiriam.

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Não ouviríamos frases como "a bola ia em direção ao gol" ou "cortou a trajetória da bola" – que não se sabe de onde vieram, pois passam longe do livro de regras. Muito menos veríamos jogadores dando chilique ao ver a pelota tocar no braço, antebraço ou mão de algum adversário dentro da área.

Muitos juízes, porém, seja por reflexo ou qualquer fator externo como pressão da torcida ou medo da repercussão de apitar contra os grandes, apontam a marca da cal. Aí se estabelece a total várzea e falta de critério.

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Os clubes paranaenses costumam sofrer com isso nas competições nacionais. Um lance famoso nessas circunstâncias aconteceu na Arena em 2010. Ronaldo chutou, a bola bateu na perna do atleticano Wagner Diniz, subiu e, sem qualquer intenção dele, bateu em seu braço. A penalidade máxima para o Corinthians foi apontada no grito do Fenômeno.

Nebulosa em alguns trechos, a regra do futebol é clara para pelo menos 90% de lances similares. É só ler com atenção partes como a que diz ser necessária "a ação deliberada de um jogador" para configurar a infração. Ou as recomendações ao juiz para que considere "o movimento da mão em direção à bola (e não da bola em direção à mão)"; "a distância entre o adversário e a bola (bola que chega de forma inesperada)" e que "a posição da mão não pressupõe necessariamente uma infração".

Ao mesmo tempo em que Londrina e Coritiba duelavam no Estádio do Café, no Rio o Flamengo reclamava de um pênalti parecido no clássico contra o Botafogo. Um lance emblemático, porque o defensor alvinegro está com o braço mais aberto. O árbitro Grazianni Maciel Rocha mandou seguir e foi recriminado até nos "Gols do Fantástico". Com a regra debaixo do braço, porém, o chefe dele, Jorge Rabello, preferiu os elogios: "Foi bola na mão, não mão na bola. A regra é bem clara. Para diferenciar, o árbitro tem que analisar se houve movimento do braço, a velocidade e a distância. É humanamente impossível o ser humano colocar a mão naquela distância e naquela velocidade", explicou.

Por aqui a Comissão de Arbitragem ainda não se pronunciou sobre a atuação de Felipe Gomes da Silva. Caso tenha um entendimento diferente, estará explícita uma diferença de critérios dentro do mesmo país. E explicada a eterna confusão sempre que a bola beija a mão do beque na área.

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