A vida do Clube Atlético Paranaense não está nada fácil. Nunca foram tão tumultuadas as coisas pelos lados do CT do Caju e da Arena da Baixada. Não bastasse sua situação periclitante (essa aprendi com vovó Recchia) no futebol, à beira do caos (saudades do Ney Franco), com as casas de apostas pagando pouquíssimo para sua queda à Segunda Divisão, o Rubro-Negro ainda tem de driblar uma sequência interminável de encrencas extracampo.

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Ora são os furdúncios (vovó de novo) em relação à reforma e complementação da Arena – com sua engenharia financeira tão fácil de entender e resolver quanto um chimpanzé fechar um Cubo Mágico (ê, vovó). Ora assistimos, semana sim, semana não, o fogo cruzado entre a cartolagem, com o time no meio, levando ricochete (hoje a vovó está impossível) e inibindo o já tímido futebol.

E, para fechar com chave de latão todo o perereco (desta vez vovó não tem nada com isso), a Fifa coloca para escanteio a Arena da Copa das Confe­­de­­rações, torneio-ensaio do Mun­­dialzão, e programa apenas jogos da primeira fase, totalizando mirrados 11 dias do elefântico evento nesta capital. Venderemos pouquíssimos pacotinhos de pipoca.

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As expectativas dos "ho­­mens-copa" curitibanos responsáveis pelos trâmites com a Fifa eram de, pelo menos, Copa das Confederações e uma partidinha de oitavas ou quartas de final da Copa por aqui. Pedimos espaguete à bolonhesa e nos serviram macarrão instantâneo.

Mas, sejamos realistas e sinceros, o que desejávamos era mesmo muita areia para nosso caminhãozinho (mais vovó). O que nos foi dado não foi do tamanho de nossa ambição, mas foi do tamanho de nossa provinciana Curitiba. Quem sabe, para atenuar a frustração dos que simpatizam com futebol e a Copa nesta terra de vampiros, o cabeça de chave que virá para cá seja a Alemanha, Itália, ou mesmo nossa vizinha Argentina.

Bem, agora Inês é morta (chega, vovó!). O prazo de entrega da Arena deverá ser espichado, as obras do estádio e de infraestrutura da capital ganharão um ritmo de Dorival Caymmi – porém, ó vida, sem mar.

Chama também atenção a rejeição da grande maioria dos curitibanos à Copa em Curitiba. Claro, muitos deles torcedores rivais do Atlético, talvez o principal beneficiário da vinda do evento para cá.

Como um coxa-branca ou paranista iria aceitar resignadamente que dinheiro de seu bolso, tirado dali via impostos, fosse usado para deixar a casa do arquirrival arrumadinha feito a casa da vovó? No meu, não, coirmão!

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Mas de qualquer modo, esta contrariedade de parte da população deveria ser mais escutada, levada em conta, ainda que seja óbvio que o apoio do estado e do município ao Rubro-Negro é o grande nó que, já cego, dificilmente será desatado, a menos que a poderosa Fifa diga, mais à frente, "Obrigado, Curitiba, mas não precisamos mais de você".

Mas, segundo a vovó, é melhor uma copinha na mão do que um copão voando.