Postei em meu blog "Los 3 Inimigos", hospedado na Gazeta Online, sugestão para uma possível utilização de uma virtual segunda estrela de prata que o Coritiba está na soleira de conquistar.

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Este cartunista – e dublê de cronista esportivo – reproduziu uma camisa do Alviverde onde, acima do escudo, desenhou a estrela dourada, referente ao título do Brasileirão de 85 e, logo abaixo dela, duas prateadas, em tamanho menor, para o caso de o Coxa confirmar o favoritismo ao título e seu bicampeonato da Série B.

Não foi uma boa ideia a mi­­nha. A maioria absoluta dos alviverdes, mais de 90%, não quer saber de estrelinha prateada em sua camisa. De jeito nenhum, nunca, jamais. Houve uma repulsa enorme com minha ideia de jerico.

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Juro que fiz isso com as melhores das intenções, que depois se revelaram absolutamente ingênuas, patéticas. A torcida coxa-branca deu-me uma grande lição sobre dignidade e estatura do time do Alto da Glória.

Todos nós sabemos que o lugar do Coritiba não é, definitivamente, a Segunda Divisão do futebol nacional. Nós e o país todo sabemos disso. Está lá – já com o bilhete nas mãos para ir embora – por acidente, como aconteceu com Corinthians, Vasco, Grêmio, Palmeiras, Bo­­tafogo...

Está mais do que provado que quando cai um grande do futebol brasileiro, é apenas uma breve passagem, um frugal purgatório para reparar seus erros e retomar seu posto logo em seguida. É o que aconteceu com todos os grandes clubes que escorregaram à Segundona. E o que vem sucedendo com o Alviverde.

A voz uníssona da torcida coxa-branca é de que estampar estrela prata da Série B é como se fosse uma lembrança indesejada de uma ferida no peito. Todos os clubes destacados do país que conquistaram a Série B refutaram a polêmica estrela – o que valeria é apenas o acesso.

E mais: ostentar tal insígnia, segundo os coxas-brancas, seria mais adequado para times me­­nores, de tradição e envergadura apequenadas. A oportunidade, claro, serviu para uma nova alfinetada nas estrelas pratas bordadas nas camisas do Atlé­­tico (de 95) e do Paraná Clu­­be (92 e 2000).

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Hoje o Coritiba faz 101 anos com sua solitária e venerada estrela auricolor. E joga no Couto contra o vice-lanterna América-RN. O Mecão completou, em julho, 95 anos de bela história no futebol potiguar. Mesmo assim não é a cereja do bolo que o Coxa gostaria de ter em seu aniversário.

Mas tem ainda uma eternidade pela frente para aniversariar e colecionar estrelas douradas e, tomara que nunca mais, rejeitar pratas.