A crônica esportiva tem visto o Atletiba de logo mais como um Atletiba menor, pequeno, por causa do histórico recente de instabilidade e dúvidas impregnadas no Coxa e no Atlético. O Alviverde porque estaria muito instável, nada confiável; em um jogo surpreende positivamente e noutro espanta negativamente, vide os dois últimos confrontos com Santos e Avaí. Transita pelo meio da tabela e ninguém apostaria em uma subida ou descida; na dúvida melhor cravar palpite no meio da tabela.

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Quanto ao Atlético, a ascensão para fora da ZR ainda não teria se firmado, apesar de um retrospecto que não pode ser desprezado: vitória sobre o Santos na Baixada, goleada no xará goiano em Goiás, empates com Corinthians e São Paulo – o primeiro em casa e o segundo fora –; e, por fim, vitória sobre o Cruzeiro e empate com o América-MG, ambos na Arena. Portanto, seis jogos de invencibilidade – ou errei minhas contas?

Será um jogo interessante, mesmo que os dois times sejam, para suas respectivas torcidas, tão confiáveis quanto um flanelinha no bairro Maracanã.

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E já que os especialistas estão torcendo o nariz para o Atletiba, talvez preferindo trocá-lo por um passeio ou um cinema neste sábado – o que não é ruim –, os torcedores trataram de fazer um fogo para aquecer o clássico, usando como combustível a arbitragem. Mais especificamente Héber Roberto Lopes, escalado para soprar o apito do clássico.

No início da semana o site Furacao.com publicou um "Dossiê Héber", com o retrospecto do homem do apito em jogos do Atlético. Parece uma lista de supermercado de final de mês a relação de partidas em que o árbitro Fifa teria lesado o Rubro-Negro. No levantamento publicado pelo site chama atenção os dez Atletibas que Héber apitou: sete vitórias do Coxa, dois empates e apenas uma vitória do Atlético.

O dossiê relata tim-tim por tim-tim todos os sopros de Héber que teriam feito mal aos ouvidos dos torcedores do Furacão. Fica pa­­recendo choro, ranhetice, mas o grupo de fãs do Atlético tem todo o direito de levantar a lebre e expor seu temor. Coisas de futebol.

A diretoria do Atlético, com ou sem o empurrão do dossiê dos torcedores, fez chegar às mãos da Comissão de Arbitragem da CBF o descontentamento com a escalação de Héber. Não adiantou nada, mas também não poderia ignorar o assunto, sobretudo já sabendo do infeliz histórico – ou o Atlético tem muito azar com o Héber ou o Héber tem muito azar com o Atlético. Ou ambas as coisas.

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Fica parecendo um patético receio de alguma conspiração contra o CAP, oriunda dos pulmões de Héber e apoiada pela arbitragem da CBF.

Não é nada disso, claro – ou que se prove o contrário –, mas uma coisa é certa: seria bem mais razoável a Comissão de Arbi­­tra­­gem botar no chapéu para sor­­­tear só nomes de árbitros de estados diferentes daqueles dos clássicos.