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O jogo "Fu-Flu" – Furacão x Flu­­minense –, na Arena da Baixada, domingo, começou com homenagens aos 70 anos de Pelé, em faixas e camisas comemorativas. Porém, após o apito de Wilson Luiz Sene­­me, os profissionais da bola esqueceram o que o Rei ensinou: jogar belo futebol.

Muitas faltas, firulas e passes errados. O primeiro tempo não saiu do meio de campo. De interessante, apenas a participação da torcida, incansável, mesmo com o horror à sua frente.

Não pareceu tratar-se de uma partida superdecisiva para CAP e Flu, um pela vaga à Libertadores e o outro pela liderança – o que o Tricolor acabou conseguindo com a ajuda do Galo, que surpreendeu e bateu o Cruzeiro no incrível clássico mineiro.

O "Fu-Flu" só deu sinais de vida no segundo tempo, após o gol contra de Washington em lançamento na fogueira por Paulo Baier. Curioso que Baier empatou com o Coração Valente na artilharia do Brasileiro por pontos corridos (desde 2003), justamente com o gol contra do rival. Ambos têm 82 gols. Isso porque Semene creditou o gol ao rubro-negro.

A torcida, claro, não perdeu a oportunidade de reverenciar seu ex-craque: "U-Ó-XIN-TON! U-Ó-XIN-TON!".

O meia tricolor Marquinho, que vinha sendo aporrinhado por Muricy Ramalho, empata num petardo de fora da área. Neto, que já havia feito ótimas interferências àquela altura, se esticou em vão.

Wagner Diniz, entrando no lugar de Élder Granja, fez o que se espera de todo lateral: avançou com coragem pela direita, passou por dois zagueiros e cruzou. Nieto se atrapalha com a bola, como é de seu costume, e ela volta aos pés de Diniz. Ele chuta sem ângulo e coloca o Furacão na frente de novo.

Diniz estava impedido quando recebeu o "passe" de Nieto. Lance difícil para o bandeirinha. Melhor assim. 2 a 1 e o fim do jogo se aproximando. Furacão no G4.

Mas aos 41 do final da sofrível partida, el paraguajo e atleticano desde niño Iván Emmanuel Gon­­zález derruba o ex-rubro-negro Tartá dentro da área. Se­­neme soprou pênalti. "VER-GO-NHA! VER-GO-NHA!", protestou a torcida. Que já estava fula com o árbitro – ele não teria visto pênalti em Guerrón antes; aquilo foi falta, a alguns centímetros da linha da grande área, mas Seneme não usou o apito nem para isso.

Bem, o fato é que esperar por ar­­bitragens decentes em todos os jogos não vai render a desejada vaga à Libertadores ao Furacão. Com apenas quatro gols a mais do que o lanterna Barueri, precisa de atacantes que façam seu serviço. E não contar só com o contumaz e irritante lançamento de Paulo Baier na fogueira, marca registrada do time.

Se o Furacão ainda conseguir a vaga na Libertadores, com este ataque, será um milagre. Imagine en­­tão se for campeão? Daí o Papa teria que canonizar o time inteiro.

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