A expectativa da torcida coxa antes do jogo decisivo contra o São Paulo causou tanta ansiedade quanto um pai à porta de uma maternidade. "Será que vai nascer perfeitinho, com todos os dedos das mãos e dos pés e com saúde?". "Será que o time vai jogar direitinho, com os pés e as mãos chutando e defendendo com precisão e com classificação ao fim?".

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Só depois que toma a criança no colo é que sossega, respira fundo e gruda por vários dias um sorrisinho no semblante. É assim que se encontram os coxa-brancas com a vaga, de novo, na final da Copa do Brasil, repare. São capazes até de pagar um chope sem você pedir ou sugerir, por conta da leveza na alma – e algum no bolso, por supuesto.

Essa é a fase do Coxa e seus seguidores, um "outro estágio" em relação a seus adversários caseiros, como admitiu, humildemente, o novo "professor" atleticano Ricardo Drubscky. E o bom momento do Alviverde, que já dura anos a fio, é benéfico não apenas a ele próprio, mas, claro, aos vizinhos da pelota: a pressão nos move. Quando bate um vazio no estômago, nossos sentidos ficam mais aguçados. "Onde está a comida?".

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E é com muita fome que o Atlético entra em campo hoje contra o Ceará, também famélico na ZR, porém, cuidado aí, a apenas dois pontitos do Furacão – 5 contra 7 (Sim, é verdade, o CAP tem um jogo a menos que os nordestinos, mas...). O Baião de Dois, prato típico cearense, certamente irá pascentar apenas um. Um empate e ambos sairão do Estádio Presidente Vargas com o tubo digestivo ronronando.

Quanto ao Paraná Clube, mesmo com algumas sequências vertiginosas de jogos pela Segundinha e Segundona, vai de bem a melhor, barriga cheia, acertando o time a cada confronto e virtualmente de volta à Primeirinha – a Primeirona ainda é uma incógnita. Ricardinho tem feito um belo trabalho e sabe muito bem que a fome é o melhor tempero.

Os coxas-brancas que tentaram assistir ao jogo contra o São Paulo em algum botequim de Curitiba devem ter tido de rodar muito até encontrar um que não estivesse passando Corinthians x Santos, se é que encontraram.

É que, como a RPC TV transmitiu Coxa x Sampa pra capital e enviou sinais do jogo do Timão x Peixe apenas pro interior, os bares com canais pagos foram a rota de fuga de corintianos e, em menor número, bem menor, santistas.

Dizem que os corintianos não precisam assinar pay-per-view, assistem aos seus jogos de graça, em canais abertos. Aqui no Paraná, sabemos bem, eles só perdem em número de torcedores na capital, onde Los 3 muchachos mandam.

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Corintiano é como cunhado, tem um em cada esquina. Não é, Duda?