Johannesburgo - Brasil, Argentina, Chile e Holanda são as quatro seleções que venceram os dois jogos. Três são sul-americanas. Uruguai e Paraguai podem ser os primeiros de seus grupos. Até agora, é o domínio sul-americano.

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Se a Argentina, por ter Messi, é a seleção com maior repertório de jogadas ofensivas, e o Chile é a que pratica o melhor futebol coletivo, o Brasil, na média das virtudes e deficiências da defesa e do ataque, é a seleção que teve, até agora, a atuação mais eficiente, contra a Costa do Marfim.

Se eu fosse dono de um time e pudesse escolher um técnico, chamaria o "louco" Marcelo Bielsa. O Chile tem um esquema tático único, com três zagueiros, três armadores, um meia de ligação e três atacantes (3-3-1-3), além de ser a única seleção que marca por pressão durante a maior parte do jogo. Se o Chile tivesse os atacantes que têm Brasil e Argentina, teria goleado Suíça e Honduras. Não podemos esquecer ainda que o Chile foi o segundo colocado nas Elimina­­tórias para a Copa.

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Os treinadores e os matemáticos do jogo estão fascinados com o futebol tático da Copa. Quando um time joga mal, falam que o jogo foi fácil. O jogo tático não impede também que seja bonito. A forma precisa do conteúdo e vice-versa.

A única evolução tática nos últimos tempos foi que os times pequenos aprenderam a se defender melhor. Mas quando recuperam a bola, não sabem o que fazer com ela.

Apesar dos vários problemas listados na Copa, do despreparo de muitos funcionários e voluntários, do roubo e da clonagem de cartões de crédito e de várias outras coisas – nada que não aconteça no Brasil –, os africanos são gentis, alegres, e a Copa tem um nível de organização que se esperava.

África do Sul e Brasil não são países do primeiro mundo. Não se pode exigir que eles façam uma Copa igual às da Europa, que também tiveram problemas. Mas os africanos e os brasileiros têm o direito de realizá-la. Direito não significa obrigação. O novo e belíssimo Soccer City vai se tornar, depois do Mun­­dial, um gigantesco "elefante branco".

Os governos da África do Sul e do Brasil não deveriam gastar fortunas sem que isso traga benefícios posteriores à população.

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