Fora os gênios, que são raríssimos, os mais eficientes profissionais, em todas as áreas, são os que executam muito bem o que é básico, simples e que foi planejado.
Muricy se destacou novamente por fazer muito bem o que precisa ser feito. Sem pose, discursos rebuscados e sem querer ser melhor e mais inteligente do que é. Muricy conhece profundamente o essencial. Não inventa nem enrola. Trabalha, observa, exige e executa. É ainda transparente e correto. Os jogadores percebem isso, acreditam nele e jogam por ele.
Para ser um ótimo treinador, não é necessário fazer teatrais palestras de motivação, algumas ridículas, como fazem vários outros técnicos.
Conca foi a técnica e a alma do Fluminense. Baixinho e tímido, se agiganta em campo. Conca tem muita habilidade, criatividade, dá ótimos e surpreendentes passes, finaliza bem de fora da área, faz bons cruzamentos e ainda percebe a movimentação e a velocidade dos companheiros e dos adversários. Falta a ele entrar mais na área para fazer mais gols, mesmo sendo o artilheiro do time. Nove gols em 38 jogos é pouco para os grandes meias ofensivos.
Outros principais destaques do Brasileirão foram Jonas, Neymar, Fábio, Elias, Jucilei, Montillo, DAlessandro e Paulo Baier. Jonas e Neymar fazem gols, dão passes, driblam e jogam bonito. Neymar e Ganso são as grandes esperanças da seleção brasileira. Jonas está no nível dos melhores atacantes, como Pato e Nilmar.
É o ano dos baixinhos. Além dos argentinos Conca, Montillo e DAlessandro, Messi, Xavi e Iniesta concorrem ao título de melhor do mundo em 2010. Pode se discutir se foram os melhores da temporada, mas são, ao lado de Cristiano Ronaldo, os quatro melhores do mundo. Messi é o melhor de todos.
Há muito tempo o Brasil não tem um jogador entre os três candidatos ao prêmio de melhor do mundo. Pior, na lista prévia de 23 atletas deste ano, apenas Maicon, Daniel Alves e Júlio César foram selecionados. Nenhum armador ou atacante. Isso é preocupante. O Brasil continua produzindo grande número de bons jogadores, mas cada vez menos foras de série. Por que isso ocorre? É tema para outra coluna.
Mudo de assunto. Não vi, mas me disseram que um dos apresentadores da festa da CBF, que premiou os melhores do Brasileirão e os jogadores da Copa de 1970, citou meu nome, como se eu estivesse presente. Não iria. Não tenho duas caras.