O Brasil não pode mais perder tempo. Não é necessário fazer uma Copa do nível dos países ricos, mas o Brasil, mesmo sem construir estádios tão bonitos, enormes e caríssimos, pode fazer uma Copa melhor que a da África do Sul.
A cada Copa, convenço-me que se dá exagerada importância técnica a um torneio de, no máximo, sete jogos. A Copa é espetacular pela grandeza da festa.
Messi, Cristiano Ronaldo e Kaká, os três escolhidos como os melhores do mundo pela Fifa, nos últimos três anos, ficaram muito aquém do que era esperado.
Messi não deixou de ser o melhor do mundo. Se jogasse na seleção da Espanha, certamente teria atuações brilhantes. A Espanha é o Barcelona sem Messi e sem Daniel Alves. O Barcelona, os grandes clubes da Inglaterra e a Inter, na Itália, são superiores às seleções de seus países.
Minha seleção da Copa seria: Stekelenburg; Maicon, Lúcio, Puyol e Fábio Coentrão; Schweinsteiger, Xavi, Iniesta e Sneijder; Forlán e Villa.
Não houve nenhuma evolução tática. Espero que os técnicos brasileiros e de todo o mundo mudem seus conceitos. Em vez de recuar para contra-atacar e tentar ganhar as partidas em pouquíssimos lances, é necessário também, pelo menos em parte do jogo, tentar dominar a partida e pressionar o adversário. Fazer as coisas acontecerem e não esperar que as coisas aconteçam.
Antes de viajar para a África do Sul, quase desisti. Achava que não suportaria uma viagem excessivamente longa, de quase 50 dias. Depois de 60 anos, os medos aumentam. Viajei mais pelo compromisso profissional.
Valeu a pena. Além do prazer de estar presente em uma Copa, tive a companhia de jovens competentes, bem humorados e generosos, sob a coordenação de Paulo Cobos, um baita jornalista. Trataram-me com carinho, além de não me deixarem perdido nesse mundo tecnológico.
Tive ainda a companhia prazerosa e solidária dos colunistas do jornal. São meus mestres. Juca é também meu ídolo. Valeu a pena.
"A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos" (Fernando Pessoa).
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