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Dois atos de Brasil x Paraguai: o paranaense Jadson chuta para marcar o primeiro gol brasileiro... | Jorge Adorno/Reuters
Dois atos de Brasil x Paraguai: o paranaense Jadson chuta para marcar o primeiro gol brasileiro...| Foto: Jorge Adorno/Reuters
  • ...enquanto Neymar mais uma vez decepcionou com a camisa amarela
  • Confira a ficha técnica do jogo

Córdoba - Mesmo após o empate sem gols com a Venezuela na estreia, o técnico Mano Menezes dizia não pretender mudar muita coisa na seleção brasileira por causa da "filosofia de trabalho" estabelecida. Ontem, porém, tornou o time uma salada no 2 a 2 com o Paraguai, pela segunda rodada da Copa América.

A equipe, que havia começado a preparação para a Copa América com uma ideia de jogo definida, apostando no quarteto ofensivo Ganso, Robinho, Neymar e Pato, se tornou um quebra-cabeças. Dois jogos depois, é impossível dizer como enfrentará o Equador na quarta-feira, partida que se tornou decisiva.

Muito por culpa do quarteto, é verdade. Tanto que Robinho foi o primeiro a perder o lugar, Neymar foi muito mal ontem e Pato voltou a perder chances claras. Ganso continua sumido a maior parte do tempo, mas deu os passes para os dois gols.

Substituto de Robinho, Jadson havia sido testado no treino secreto de quarta-feira em Los Cardales e sua presença entre os titulares surpreendeu. "Era a mudança mais segura. Testamos diante da Escócia, com Lucas, Ramires, Elano [no lugar de Ganso] e Jadson. Precisávamos fazer algo diferente", explicou Mano, que viu um time muito previsível contra a Venezuela. "A ideia era trazer mais um jogador ao meio para ganhar o setor, alguém com capacidade para compartilhar com o Ganso a armação", acrescentou.

A equipe demorou a se acertar. Jadson errava a maioria dos passes, mas foi bem em dois lances capitais, primeiro deixando Pato na cara do goleiro e depois abrindo o placar. Mano o tirou no intervalo, com a justificativa de que havia tomado cartão amarelo e corria risco de expulsão.

Porém jamais esperava tomar dois gols em falhas feias da elogiada defesa – que já não era superada há quatro partidas. "Arriscamos demais em um setor que não podemos arriscar. Pode custar um preço alto e custou", cutucou Mano Menezes, sobre a bola perdida por Daniel Alves e que resultou no segundo gol e o obrigou a colocar o time novamente à frente.

Apesar de não criar mais chances, foi salvo pelo gol de Fred aos 44 minutos. Salvo, mas nem tanto. A torcida hostilizou o treinador, que chegou a dar tchau de forma irônica ao público que reclamava na arquibancada.

Segundo a avaliação de Mano, a equipe evoluiu em relação ao primeiro jogo, e vai melhorar mais no próximo. Difícil é saber, ou ele conseguir explicar, em qual momento da confusa partida viu a evolução.

Os jogadores agora já nem pensam em uma apresentação brilhante. O importante é vencer de qualquer maneira o Equador para assegurar a vaga. "É preocupante, sim", admite o volante Ramires, percebendo no decorrer do discurso a verdadeira gravidade da situação. "Mas uma hora vamos encaixar. Aliás, uma hora não, tem de ser agora, porque só tem mais um jogo e precisamos ganhar para seguir..."

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