Marcelo era o cara para decidir o jogo pelo Atlético. Pela direita, onde é mortal. Não pela esquerda, por onde foi abrindo espaços, até migrar dali para o meio do campo e soltar um foguete entre as mãos de Felipe. Amaral estava em campo para causar problemas a Paulo Baier enquanto a bola estivesse nos pés do maestro atleticano. Funcionou, até Baier começar a se deslocar pelo campo e organizar o jogo do Furacão. Amaral causou problemas mesmo com a bola no pé. Fez um golaço que teve como espectadores Baier e toda a defesa paranaense.
O Flamengo tinha potencial para ameaçar o Atlético pelo lado esquerdo. Por isso Mancini trocou Juninho de lateral. A ameaça também mudou de lado. Léo Moura deitou em cima de Pedro Botelho. Cenário que se agravou quando Zezinho foi recuado para o setor, a ponto de Mancini dar um passo atrás e trazer Maranhão para o jogo. O Atlético deu a bola para o adversário, mas não contra-atacou. Trouxe a bola para si, mas não pressionou. Mancini trabalhou mal no jogo. Gastou duas substituições para tirar Ederson. Sacou Paulo quando o time precisava mais de cérebro do que pernas e pulmões.
O primeiro jogo final da Copa do Brasil desafiou a lógica das campanhas de Atlético e Flamengo. Contrariou a lógica recente das decisões. Desde 2009, o mandante do primeiro jogo venceu sem tomar gol e deu a volta olímpica fora. O Sport, último visitante a balançar a rede no primeiro duelo, foi campeão. Ao atleticano, vale recuar mais um ano. Em 2007, o Fluminense empatou em casa com o Figueirense e foi campeão fora. Ou voltar a 2004, quando o Flamengo empatou com o Santo André, em São Paulo, mas perdeu jogo e título no Maracanã.
No Maracanã, o Atlético precisará vencer. Mesmo com a vantagem, o Flamengo será impelido a atacar. É a brecha para o Atlético restabelecer a lógica e impor o seu poderoso contra-ataque.