Europa: Os ingleses estão se perguntando (segundo o jornal The Guardian) o que é que a América La­­tina tem que o resto do mundo não tem. Por que o sucesso de Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai e Uruguai? Por que o papelão da Itália, Alemanha, França, Espanha? Arriscam umas respostas, mas não chegam a um consenso.

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Os franceses dão um tom literário às confusões de seus jogadores, chamados pelo jornal Le Monde de "divas". Brigas com o técnico e com o preparador? Greve de jogador de futebol? É um "psicodrama", é "surrealista".

Os espanhóis (no El País) querem saber por que algumas seleções são simpáticas e outras, antipáticas. Mas não chegam a um acordo sobre quem está em cada categoria. O Brasil não se sai mal, a Argentina é pouco apreciada, assim como a Alemanha, e os franceses são quase unanimidade como os mais "malqueridos".

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Os italianos (pelo menos os que escrevem no Corriere della Sera) tomam as dores de Kaká e classificam a seleção (como eles se referem ao Brasil) como uma "squadra che fa spettacolo". O leitor não sabe italiano? Nem eu, mas acho que isso foi um elogio.

E os alemães? Como não en­­tendo uma palavra do idioma, só posso informar que eles adoram publicar fotos de torcedoras vestindo camisetas amarelas justinhas.

Curitiba: De um lado, o povo curte o Mundial como louco: enfeita cada vez mais as casas e os automóveis e fantasia-se de verde-amarelo. Do outro lado, cartolas e autoridades dão uma de barata sonsa (ou eles são de fato baratas sonsas?) e esnobam a possibilidade de termos jogos da Copa de 2014 no Paraná. Nin­­guém se empenha, ninguém se entende. Com a cara de pau característica, dizem que a Copa "não interessa" ou se fingem de mortos. É verdade que não teremos jogos do Brasil aqui, que a cidade pode ficar tumultuada nos dias de partida e que vai ser preciso gastar muito dinheiro com obras. Mas ninguém vê vantagem em sediar partidas da Copa? E aqueles milhares de paranaenses que não têm dinheiro para ir a outro país ou até mesmo a outra cidade brasileira para assistir a um Mun­­dial, esses não teriam uma experiência inesquecível aqui mesmo, na terra dos pinheirais? Não dá para usar a inteligência e encontrar uma forma de adaptar ou construir um estádio que não sejá inútil depois?

Em resumo: chega de serem levianos, senhores. Ao decidirem o que fazer em relação à Copa do Brasil em 2014, não pensem apenas em suas picuinhas e interesses politiqueiros. Não vai adiantar se arrepender daqui a quatro anos.

Santa Felicidade: eles andavam quietinhos, concentrando a energia nos jogos do Brasil. Mas no último domingo, os oriundi arriscaram atrasar o almoço de milhares de curitibanos e, a julgar pelos fogos que se ouvia vindos daquelas bandas, pararam às 11 horas para torcer pela Itália. Para acompanhar a polenta com frango, mereciam mais que um decepcionante empate com a Nova Zelândia.

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