Com a seleção de Dunga eliminada precocemente do Mundial, o Brasil viveu ontem o seu grande momento na África do Sul. A festa de lançamento da logomarca da Copa 2014 foi o ponto alto da intensa exposição programada pelo governo federal durante os 30 dias do evento esportivo na terra de Nelson Mandela – publicidade que custou aos cofres públicos R$ 10 milhões. Nem pesou o fato de a imagem, duas mãos entrelaçadas nas cores verde e amarela formando a Taça Fifa, ter vazado na internet antes do início do torneio sul-africano. O dia foi reservado para aplaudir o Brasil.

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A produção escolheu o elenco a dedo. Os atores globais Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert comandaram os festejos, que contou também com shows de Vanessa da Mata, Barbatuques e do grupo Bossa Cuca Nova. Tudo para encantar uma plateia formada basicamente por políticos, jornalistas e funcionários do governo federal – poucos estrangeiros compareceram ao encontro.

Os discursos também foram inflamados. Uma vez mais o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, roubou as atenções. Além de extrapolar o tempo permitido para o pronunciamento oficial (tinha 5 minutos, usou 12), o corintiano improvisou. Lula usou toda a primeira parte para tornar público o seu conhecimento futebolístico. A cada saudação aos ex-jogadores presentes – Romário, Bebeto, Cafu, Carlos Alberto Torres, Platini e Beckenbauer –, o presidente aproveitava para fugir do protocolo. "Platini, você se meteu a tirar a seleção brasileira de uma Copa (México-86), mas, mesmo assim, tenho admiração por ter sido um grande jogador", disse, arrancando risos do público."Faremos a melhor Copa do Mundo que um país já conseguiu fazer. Um Mundial inesquecível, podem me cobrar", emendou, ressaltando a transparência que o site criado pelo governo para revelar online as contas da organização dará ao evento.

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Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), e Joseph Blatter, principal dirigente da Fifa, seguiram a mesma linha ufanista. "Que o mundo se prepare para se tornar um pouco mais brasileiro", afirmou Teixeira. "O Brasil é verdadeiramente o país do futebol. Sucesso à Copa de 2014", acrescentou Blatter, em um português arrastado que não tirou o brilho da festa. Era o dia do Brasil.

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