Tira-dúvidas
No próximo dia 14, às 14h30, a Assembleia Legislativa discutirá a ideia de a Copel adquirir o naming rights da Arena. Compreenda:
Como e quanto a Copel vai investir? Por quê?
A Copel pretende (se aprovado pelos deputados) investir R$ 40 milhões em marketing adquirindo, por alguns anos (o período também passará por negociação), o nome do estádio do Atlético, tal qual a Kyocera fez entre 2005 e 2008. Além disso, apoiará com verbas proporcionais as camisas de Atlético, Coritiba e Paraná e Operário e Iraty. A principal justificativa para isso é o fato de a empresa estar entrando no ramo de internet e telefonia fixa, além dos discursos de apoio ao esporte local e da necessidade de viabilizar o estádio para a Copa.
Entrevista
Orlando Pessuti, governador do Paraná.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, afirmou que Curitiba ainda não entregou as garantias financeiras para o término da Arena. É isso?
As garantias foram asseguradas a partir do momento em que o governo, a prefeitura e o Atlético assinaram os documentos. O que foi exigido nós mandamos. Pelo que me consta, não falta nada.
Entrevista
"Queremos ser a melhor sede da Copa 2014"
Luciano Ducci, prefeito de Curitiba
O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), está na África do Sul para amarrar a participação da cidade na Copa 2014. Para ele, o torneio é essencial para atrair turismo e colocar o município no bolo de investimentos do governo federal.
Potencial construtivo
Entenda qual seria a proposta do poder público para viabilizar financeiramente a Arena.
Serão quatro anos de obras e muito dinheiro envolvido até que Curitiba receba um jogo da Copa 2014. Até lá, torcedores, políticos, financiadores, imprensa e quem perceber a grandiosidade do evento que dura apenas um mês (em Curitiba provavelmente menos) ficarão de olho nas mudanças que a cidade terá pensando no Mundial. O histórico deixado pelo Pan do Rio, em 2007, faz com que a população fique alerta: como avaliar os benefícios trazidos pelo torneio e fiscalizar a ação do dinheiro público?
No Paraná, a primeira opção de estádio, com muita novela e mistério, será confirmada. Entre projetos mirabolantes que nunca saíram do papel e a dificuldade em se acertar a maneira da conclusão da Arena, os governos preferiram o segundo risco. O que pode significar uma economia de quase
R$ 300 milhões. Para se erguer um novo estádio, estima-se, seria necessário cerca de R$ 400 milhões, muito mais do que os R$ 140 milhões da obra da Baixada. E que terão, no compromisso do Atlético, um terço quitado com verba própria.
Governo do estado e prefeitura terão de ajudar, mesmo que indiretamente, a conseguir os dois terços restantes. O estado articula um patrocínio da Copel, que passaria a divulgar sua marca associada ao nome da praça esportiva. A prefeitura ofereceu a solução do potencial construtivo ao clube (leia mais abaixo), que em um primeiro momento recusou a proposta, mas depois voltou atrás, de acordo com informações do governo.
"Estamos cobrando o porquê dos atrasos. A Caixa [Econômica, banco estatal] está agindo com muita burocracia e não está se dando conta da pressa que temos", reclamou Simone Manasses, coordenadora-geral do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Paraná. A burocracia já traz outro problema. "Não se começam tantas obras ao mesmo tempo em tantos lugares diferentes. Não existe essa ociosidade no mercado", avalia Sérgio Buerger, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-PR). Ou seja: não haverá gente o suficiente para tantas obras em tão pouco tempo.
Uma comissão de oito pessoas, com gente do Tribunal de Contas da União e do TCE, será a responsável por fiscalizar o uso do dinheiro no Paraná. Todos os valores deverão ser atualizados pelo site fiscalizacopa2014.gov.br. Por ora, tudo parado.
É essa comissão que fiscalizará, entre outras coisas, a impossibilidade de uso do dinheiro público na obra da Baixada. "Não temos ciência oficial de que saiu dinheiro público para o privado. Teríamos de ver a legalidade da ação. Se houver amparo legal, tudo bem. Se não, é irregular", disse Simone.
Segundo estudo da consultoria Ernest&Young em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, Curitiba terá 0,7% de acréscimo no PIB (em relação ao índice 2010, de R$ 343 milhões), com base nos investimentos para a Copa, em infraestrutura. O índice é o mesmo previsto para o país todo. A capital paranaense, no entanto, é a nona cidade nesse ranking de estimativa.
Natal (RN) terá uma movimentação prevista de 7,1% a mais no PIB, graças aos investimentos. Já São Paulo terá 0,2% de acréscimo. O índice teoricamente baixo para Curitiba é justificado: a cidade é a que menos precisa de ajustes para o Mundial, com uma boa infraestrutura e um estádio semipronto.
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