Rápidas
Esquema
Dunga comandou ontem uma atividade com jogadas de ataque, contra-ataque, além de trabalhar à noite para aclimatar melhor os jogadores do Brasil ao frio que deve fazer amanhã, dia do jogo contra a Coreia do Norte.
Frio?
Mas a tática de treinar no horário do jogo não deu muito certo. A noite não foi tão fria, com temperatura média de 14ºC. Mesmo assim, Dunga terá outra chance de trabalhar à noite antes da estreia: será hoje, quando a seleção brasileira faz o treino de reconhecimento do Estádio Ellis Park, a partir das 18 horas (horário local).
Batalhão
Números oficiais da CBF indicam que 700 profissionais da imprensa do Brasil estão trabalhando na África do Sul. Cerca de 500 acompanham o dia a dia da seleção em Johannesburgo.
O rival
"É um time com velocidade, marcação muito forte, característica deles. Estou me preparando dessa forma. Vamos ver o que a comissão técnica vai preparar antes da partida. Mas não tem muita coisa diferente das equipes asiáticas, disse ontem o lateral-direito Maicon, ao ser questionado sobre o futebol da Coreia do Norte.
Dunga moldou a seleção brasileira à sua imagem e semelhança. Um exército formado por soldados que vão à luta pela "pátria amada", "vencendo obstáculos" diariamente. É a filosofia da guerra que inspira e motiva o treinador. "É o mesmo da época em que era jogador", atesta o lateral-direito Maicon.
Metódico, nada acontece dentro do hotel Fairway, concentração do Brasil na África do Sul, sem o seu consentimento. Cuida de tudo. Preocupa-se com tudo. Uma simples falha logística é motivo para cobranças, muitas vezes em um tom acima do normal.
A imprensa é o alvo principal do técnico, o inimigo do momento às vésperas da estreia do país na Copa amanhã, às 15h30 (de Brasília), contra a Coreia do Norte.
Inflado pela insatisfação em relação ao tratamento dado pelos jornalistas à desavença entre Daniel Alves e Júlio Baptista durante um treino na semana passada, Dunga partiu para o contra-ataque. Fechou o portão da Hoerskool Randburg em três oportunidades nos últimos quatro dias, incluindo o trabalho de ontem à noite (horário local).
"Em nove anos que estou na seleção é a primeira vez que isso acontece", diz Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF. "A razão de tudo é ele. Todos aqui trabalhamos para o técnico", emenda ele, visivelmente contrariado.
O superpoder estabeleceu informalmente uma cartilha de comportamento dentro do hábitat do time nacional. Para não aborrecer ao chefe, o restante da comissão técnica não dá entrevista. O médico José Luiz Runco por mais de uma vez acenou negativamente a um pedido da imprensa para esclarecer, por exemplo, dúvidas relacionadas à condição física de Júlio César o goleiro ficou de fora do amistoso contra a Tanzânia, há uma semana, por causa de dores nas costas.
O mesmo vale para Taffarel, observador técnico da CBF, que peregrinou atrás de informação dos norte-coreanos. Está proibido de falar o que viu.
Controle ainda mais rígido há sobre os jogadores. Dunga leva o grupo com mão de ferro. Ninguém ousa desobedecer. Dentro de um trio de opções apresentado por Paiva ainda antes de o desembarque do time em Johannesburgo, o ex-volante escolheu o pacote mais básico. Coletiva uma vez por dia com apenas dois atletas seguindo uma divisão igualitária entre todos do elenco.
"Há uma hierarquia. O técnico e o supervisor [Américo Faria] estão acima de mim", afirma o diretor. A censura se estende, inclusive, aos dias de folga. Os reservas Grafite e Thiago Silva passaram reto por um grupo de repórteres. "Não dá, não dá... Não podemos", disseram, enquanto passeavam em um shopping.
Restrições que, pelo menos no discurso, não aborrecem aos boleiros Júlio César se recusou a dar entrevista enquanto esteve lesionado. "São decisões do Dunga que não afetam em nada. É o critério adotado pelo professor", explica Maicon. "Deste jeito ele conquistou a torcida brasileira", completou, fechando a defesa a Dunga.
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