O zagueiro e capitão Lúcio durante treino da seleção em Johannesburgo: jogador não quer pensar em números e marcas importantes com a camisa do país, apenas o título na África do Sul| Foto: Fotos: Valterci Santos/ Gazeta do Povo – enviado especial

Saiba mais - Especialista vê país melhor estruturado

Robson Martins, especial para a Gazeta do Povo - De acordo com Alberto da Costa e Silva, 79 anos, diplomata, historiador e membro da Academia Brasileira de Letras, a seleção brasileira irá encontrar na Tanzânia um cenário diferente daquele percebido no Zimbábue.

"O país tem uma longa e antiga história desde os tempos de Vasco da Gama, tendo sido um importante ponto de comércio até o século 19 no Oceano Índico, além de produtores de cravo", conta. Para ele, principal africanólogo do país, o número de infectados com o vírus da Aids – como regra no lado oriental do continente – é grande, porém a situação econômica não é tão precária devido às "melhores administrações".

O país é governado desde 2005 pelo presidente Jakaya Mrisho Kikwete. São falados mais de 100 dialetos, mas, através dos ensinos nas escolas primárias, o governo tenta padronizar a língua suaíli como oficial.

"A parte continental da Tanzânia, conhecida como Tanganica, foi originalmente uma colônia alemã, tendo passado aos ingleses após a Primeira Guerra Mundial. Já a parte peninsular, formada por duas ilhas, é chamada de arquipélago de Zanzibar e foi uma das primeiras povoações muçulmanas na costa oeste da África, sendo comandada por Omã, antes de ser tomada pelos otomanos e pelos britânicos", explica o especialista.

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Júlio César não embarca para jogo amistoso

O goleiro Júlio César foi cortado na noite de ontem do amistoso de amanhã contra a Tanzânia. O jogador ficou na África do Sul para continuar com a fisioterapia nas costas. Com a ausência dele, Gomes deverá ser o titular. Leia a matéria completa

Conheça algumas curiosidades da Tanzânia

Dar es Salaam, Tanzânia - Capitão da seleção brasileira em todo período do comando de Dun­­ga, o zagueiro Lúcio pode levantar a taça de campeão do mundo com um número marcante: 100 jogos com a camisa amarela.

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Para isso, a contar do amistoso de hoje, contra a Tanzânia, às 18 horas local (12 h de Brasília), o camisa 3 não pode ficar fora de nenhum compromisso até uma eventual decisão de Mundial, marcada para 11 de julho.

O jogador, de 32 anos, completará 93 partidas pelo Brasil no último teste de preparação antes do Mundial. Se não for suspenso, não se contundir e caso o time nacional chegue à reta decisiva da Copa, o defensor atingirá um nível inquestionável nas sete partidas de competição – o volante Gilberto Silva está na mesma situação numérica do colega.

Apesar de a possibilidade honrosa, o introspectivo Lúcio parece nem ligar para o que pode ocorrer. "Não me preocupo com recordes", diz.

Líder dentro e fora de campo, ele tem o seu jeitão particular de agir. Cobra na medida certa, dificilmente se exalta e na hora das en­­ trevistas detesta uma polêmica.

Bem ao contrário de Dunga, que quando usava a tarja na seleção esbravejava de todas as maneiras. Apesar desta diferença, há muito mais semelhanças nas comparações entre o treinador e o campeão da Liga dos Campeões pela Inter de Milão.

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Os dois jogaram juntos no Internacional, em 1999. Dentro do campo, Lúcio é uma espécie de voz do treinador, assim como era Dunga em 1994. E fora das quatro linhas, tanto o comportamento do tetracampeão, como do atual zagueiro, são de levantar questões em nome dos companheiros (negociações de folgas e bichos, por exemplo)

"A imagem dele (Dunga) em 1994 serve de inspiração para mim. Foi um momento de alegria muito grande", comenta Lúcio, também com um título mundial no currículo, conquistado em 2002 na Coreia do Sul e no Japão.

Para tentar repetir o feito na África do Sul, o jogador crê na eficiência da parceria com o chefe que já dura três anos e oito meses. Com isso, as ordens e determinações superiores estão acima de qualquer vontade individual.

A fé cristã, por exemplo, que tem em Lúcio um dos seus mais fervorosos praticantes na seleção, não poderá ser mostrada em mensagens nas camisas por baixo do uniforme ou em qualquer outro tipo de adereço.

"Se é uma determinação da Fifa é lógico que vamos respeitar. Mas religião cada um tem a sua e isso deve ser respeitado", comenta.

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O mesmo discurso politicamente correto aparece na hora de eleger os principais adversários na Copa. Em todo momento, o capitão evita fazer análises dos jogadores e das equipes que irá enfrentar. "Estamos focados no nosso time", ressalta.

O mesmo foco, o jogador exige dos colegas nos treinos e nos amistosos. Se bem que, o medo de uma contusão fora de hora (especialmente após os recentes casos de Drogba, Pirlo e Ferdinand), está mesmo presente.

"O jeito é não ficar pensando nisso. Se não, daí é que acontece. Uma lesão pode ocorrer a qualquer momento", lembra, ao mesmo tempo que lamenta o fato de colegas de profissão estarem perdendo a chance de disputar a Copa em cima da hora.

Ao vivo:

Tanzânia x Brasil, às 12 h, na RPC TV, Band e SporTV

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