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Movimentação ontem na entrada secundária do CT do Caju.  Astros da seleção não devem ter contato com o público | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Movimentação ontem na entrada secundária do CT do Caju. Astros da seleção não devem ter contato com o público| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Memória

Passagem da seleção de Scolari por Curitiba, há nove anos, tem algumas semelhanças com a de Dunga.

Comparações

Opinião pública

Como Dunga, que já se cansou de responder sobre a ausência de Ganso, Neymar e Ronaldinho Gaúcho, Felipão também sofria com a pressão para escalação de um jogador: Romário. Além da boa fase do Baixinho, que era artilheiro do Brasileiro, influenciava no apelo popular a má campanha nas Eliminatórias. Algo que começou a mudar com a estada no CT do Caju. "O time não estava bem desde o comando do Vanderlei Luxemburgo, estávamos iniciando um trabalho de recuperação da seleção. A estada (no CT) deu muita sorte. A equipe começou a crescer, vencemos e fomos classificados", conta Antônio Lopes, sobre o time que seria pentacampeão no Japão em 2002.

Privacidade

Entre as memórias relacionadas ao período que a família Felipão ficou no CT do Caju, a única discordância foi em relação ao tratamento com a imprensa. Lopes garante que, di­­ferente de Dunga, Felipão permitia o livre trabalho dos jornalistas. "Naquela época escolhemos o local mais pela estrutura que o Atlético estava oferecendo. Deixamos à vontade, não tínhamos esta preo­­cupação de blindar o pessoal da imprensa", afirmou Lopes. Péricles Souza, coordenador do CT na época, contesta: "Era muito parecido como será agora.

A imprensa era atendida em uma área restrita, não tinha nenhum acesso que não fosse pré-progra­­mado. A diferença é que não gerou tanta repercussão", argumenta.

  • Scolari, em 2001, faz os ajustes finais para treino no campo central do CT

Quando a seleção brasileira de­­sembarcar no CT do Caju amanhã (os primeiros jogadores são esperados por volta do meio-dia), haverá um misto de nostalgia e superstição em volta da equipe de Dunga.

Em agosto de 2001, o time na­­cional esteve concentrado pela última vez no patrimônio atleticano. Na ocasião, saiu desacreditado, convivendo com a pressão em torno da não convocação de Romário e fechou o trabalho com o penta de 2002 no Mundial Co­­reia-Japão.

A equipe comandada à época por Luís Felipe Scolari começou uma semana de atividades no cen­­tro de treinamento para o jo­­go contra o Paraguai, na data de 15/8/01, em Porto Alegre, pelas Eli­­minatórias. Para Felipão, o duelo era uma decisão em busca da classificação – o Brasil venceu por 2 a 0 e entrou pela primeira vez no grupo de classificação.

Dias antes, o grupo disputou um amistoso com o Panamá, na Are­­na da Baixada. Era ali o em­­­brião da chamada "família Sco­­lari". A maioria daqueles atletas participou do torneio da Fifa no ano seguinte.

"Estava começando a se formar [a família]. Ela foi se criando aos poucos. Não tivemos o mesmo tempo que o Dunga teve, de quase quatro anos, mas com certeza naquele momento nosso time estava se fortalecendo", confirma Antônio Lopes, então coordenador técnico da seleção.

Desse período em Curitiba, há também situações inusitadas, como conta o próprio Lopes. "Ha­­via uma preocupação dos jogadores com os quero-queros. Eles não estavam acostumados, como os atletas do Atlético", conta o De­­legado.

Péricles Souza, atual coordenador comercial do Furacão, era o responsável pela coordenação administrativa do CT, e vê esse retorno com saudosismo. "O convívio foi bacana, o grupo era bem alegre", garante."O Denílson era o mais engraçado, o mais brincalhão. Um piadista entre eles e com os funcionários. O pessoal gostava muito dele, tinha carisma", complementa.

A rotina dos atletas era muito parecida com o que vai ocorrer a partir de amanhã com a seleção atual. Muitos treinos e, nas horas de folga, jogos de bilhar, pebolim e pingue-pongue.

Lopes – bem relacionado na CBF e tido como um dos responsáveis pela indicação do espaço neste momento e em 2001 – lembra que tinha momentos até para leitura (?!). "A biblioteca também ficava aberta para eles [atletas]", conta o treinador, garantindo que alguns jogadores usavam o espaço, mas sem conseguir citar os no­­mes.

Quanto ao conforto, a Gazeta do Povo na época divulgou que 18 quartos eram disponibilizados, apenas o do técnico Felipão tinha hidromassagem. Isto gerou uma certa insatisfação, o que não ocorrerá agora. No hotel principal, 40 quartos e mais 2 suítes estarão à disposição. Hidromas­­sagem serão oito, mas apenas nos vestiários.

Com relação ao assédio dos fãs, o acesso era rigorosamente con­­­­trolado, como será para os pu­­pilos de Dunga. Souza garante que nem entre os funcionários do CT tinha tietagem. "Eles já estavam acostumados a lidar com jo­­gadores", justifica, lembrando que agora deve ser o mesmo procedimento, dando toda a sonhada tranquilidade para o treinador da seleção.

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