Dunga ainda não deu sinais de quem será o substituto de Kaká na partida de sexta-feira, em Durban, contra Portugal| Foto:

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Dunga escapa de suspensão

O técnico Dunga não corre mais o risco de ficar suspenso de qualquer partida da Copa do Mundo. Ontem, a Fifa anunciou que "não há provas suficientes" para denunciar o treinador em nenhum dos artigos do código disciplinar da entidade.

Vídeos relacionados ao brasileiro no jogo entre Brasil e Costa do Marfim, no domingo, foram investigados. Os palavrões balbuciados para um jornalista da TV Globo na entrevista coletiva, ofensas ao árbitro Stephane Lannoy e ao atacante marfinense Drogba estiveram nas análises.A expectativa era de que Dunga tivesse a mesma punição imposta ao argentino Diego Maradona. No ano passado, o treinador alviceleste ofendeu jornalistas após a classificação de sua equipe ao Mundial e tomou dois meses de gancho.

No entanto, o mesmo rigor não serviu para o comandante da se­­leção canarinho. Assim como ele, o meia Kaká, expulso diante dos Elefantes, também não corre ris­­co de punição além de cumprir a au­­tomática, na sexta-feira, contra Por­­tugal. No relatório da expulsão do camisa 10, consta apenas que ele recebeu o segundo amarelo, sem nenhum relato de agressão. (RL)

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A CBF cometeu uma falha de planejamento na logística para a Copa do Mundo. A escolha do campo da Hoerskool Randburg para ser a base de treinos do time em Johannesburgo foi corrigida antes de ocorrer alguma lesão no gramado ruim do lugar.

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Desde a sexta-feira passada a seleção brasileira passou a fazer suas atividades no colégio Saint Stithians. Com condições de piso mais adequadas, a nova "casa" do Brasil está localizada bem mais longe da concentração do time de Dunga.

No primeiro lugar selecionado, a distância do hotel The Fairway é de aproximadamente 3 quilômetros. Trecho percorrido em tranquilos 10 minutos. Após a mudança, a equipe fica pelo menos 30 minutos dentro do ônibus para andar os 10 km no caótico trânsito de Johannesburgo.

Mesmo assim, o sacrifício parece valer a pena. Na instituição de ensino de Randburg (um bairro da maior cidade sul-africana) a grama estava soltando a cada treino. Aos poucos, buracos apareciam, apesar de funcionários ficarem antes e depois da movimentação da seleção recolocando pedaços de grama nos flancos.

"É o campo que temos para treinar. Paciência", disse o volante Ramires no início da preparação para o Mundial.

Por duas vezes nesse ano, antes da viagem definitiva à África do Sul, o administrador Américo Faria e integrantes da comissão técnica (Dunga e Jorginho sempre entre eles) estiveram no país avaliando o local. O castigado campo de rúgbi não foi motivo para a reprovação.

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A Fifa só reformou o gramado dois meses antes da chegada dos astros brasileiros. Segundo Pieter Booysen, diretor da escola, coube à entidade que rege a Copa todas as trocas efetuadas. O futebol nunca havia sido praticado na instituição.

"Estamos dando um descanso para o campo. Assim que melhorar voltaremos", afirma o diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, colocando na conta do "clima" e do "excesso de treinos" o desgaste do gramado.

Por ora, nem mesmo as placas com os patrocinadores da competição (obrigatórias nos lugares de treinamentos) foram colocados na Saint Stithians. "Isso é com a Fifa. Não temos nada a ver", avisou Paiva.

Também com a Fifa está a solução de outro problema que vem afetando a preparação de algumas das seleções que estão na disputa. Para "preservar os gramados", diversos reconhecimentos de campos nas vésperas dos jogos estão sendo cancelados. O Brasil já sofreu com a medida antes do duelo com a Costa do Marfim. Para amanhã, um dia antes do confronto com Portugal, a atividade no Estádio Moses Mabhida, em Durban, não está confirmada.