Dunga já não é mais o técnico da seleção brasileira, mas nem por isso as críticas à sua gestão no comando da equipe ficaram mais leves. Neste domingo (4), o meia Juninho Pernambucano, que fez sucesso no futebol francês e atualmente defende o Al-Gharafa, do Qatar, detonou o comandante do Brasil na frustrada campanha da África do Sul ao "Le Journal du Dimanche". O jogador comparou o treinador brasileiro a Raymond Domenech, que foi o técnico da França, eliminada ainda na primeira fase do Mundial, e que se desentendeu com os próprios atletas e imprensa.
"Infelizmente, Dunga e Domenech são iguais. Dunga adora o conflito, alimenta-se disso. Já era assim quando jogava. Sua comunicação é desastrosa. Ele costuma responder de maneira violenta e agressiva às críticas. O treinador trouxe uma energia negativa à seleção. Deveria ter deixado as pessoas falarem. Mas não, fez como Domenech e se colocou numa postura de "um contra todos"," afirmou Juninho ao jornal francês.
O ídolo de Vasco e Sport Recife também lembrou de jogadores que deveriam estar na Copa como Ronaldinho Gaúcho e o lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid. Para ele, porém, a eliminação precoce da Copa não chegou a ser um choque.
"Estou triste, mas não surpreso. Essa equipe falhou. O Dunga criou um grupo disciplinado, mas não o melhor. Como ele foi capaz de preterir o Ronaldinho? Mesmo com 70%, é melhor do que a maioria dos outros. Ele poderia aliviar Kaká, que não estava na forma ideal. O mesmo para o Marcelo (Real Madrid), que deveria ter sido parte do grupo. Mas Dunga preferiu confiar na equipe que conquistou a Copa das Confederações, em 2009."
Juninho Pernambucano fez parte da seleção na primeira tentativa frustrada do hexa na Copa de 2006, na Alemanha. Reserva do time dirigido por Carlos Alberto Parreira, o atleta analisou onde estavam os erros do Brasil no Mundial deste ano.
"É lamentável renegar o estilo do futebol brasileiro. Não havia criatividade. Kaká ficou isolado, forçando Robinho a recuar, e o Luis Fabiano acabou sozinho no ataque. Vários jogadores estavam fora de posição como Michel Bastos e Daniel Alves. Isso é imperdoável numa Copa do Mundo. Sabíamos também que Felipe Melo poderia se descontrolar. Dunga cometeu muitos erros," lamentou.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura