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Funcionário personaliza o símbolo do Atlético para o período de preparação da seleção brasileira no centro de treinamentos do clube | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Funcionário personaliza o símbolo do Atlético para o período de preparação da seleção brasileira no centro de treinamentos do clube| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Delegação

Kaká se antecipa ao grupo

Principal astro da seleção brasileira, o meia Kaká antecipou-se ao restante da delegação e desembarcou em Curitiba no fim da manhã de ontem. O jogador foi surpreendido por jornalistas da ESPN que estavam no mesmo voo vindo de São Paulo, mas não deu nenhuma declaração.

O camisa 10 tinha planos de aproveitar o dia na cidade e até visitar a sede da igreja Renascer, mas por causa do forte assédio foi aconselhado a não sair do CT do Caju. O fisioterapeuta da equipe nacional, Luiz Rosan, também chegou ao lado do jogador.

"Almocei na mesa ao lado do Kaká. Estava bem tranquilo e cumprimentando a todos", revelou o coronel Jorge Costa Filho, Comandante do Policiamento da Capital, que esteve no Caju para definir os últimos detalhes de segurança.

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Pedro Santos trabalha há dois anos na portaria do CT do Caju. Está acostumado a ouvir as mais diversas propostas de gente interessada em conhecer a casa atleticana. "Tem de tudo. Nem te conto...", diz, rindo. Ontem, porém, o segurança foi surpreendido. Ao deixar a pequena e estreita cabine para recepcionar a entrega de coco ralado, Santos percebeu que o caminhão estava cheio demais. Além do motorista, mais três mulheres completavam a equipe. "Disseram que eram ajudantes. Tá bom, ajudantes com roupas de ‘modelo’", contou, caindo na gargalhada novamente.

O episódio foi o segundo do dia em que "fãs" tentaram entrar escondidos no complexo rubro-negro, temporariamente cedido à seleção brasileira, que desembarca hoje em Curitiba. A malandragem resultou em uma nova ordem de segurança: somente entregadores homens (um por empresa) terão acesso ao centro de treinamentos até quarta-feira, dia em que o time de Dunga viaja para a África do Sul.

As tentativas frustradas de invasão justificam a preocupação central do técnico em evitar o oba-oba na preparação para o Mundial. A comissão técnica da CBF quer fazer tudo diferente em relação a 2006, quando os treinos abertos (com ingressos vendidos) e a festa na cidade de Weggis, na Suíça, foram usadas como justificativas para o péssimo rendimento do time brasileiro na Copa da Alemanha.

Tornar a capital paranaense uma espécie de antiWeggis fez com que o treinador ordenasse isolamento total aos seus comandados. Para isso, onze seguranças particulares estarão dia e noite no Caju. A Polícia Militar também foi requisitada para fazer a escolta da delegação no trajeto de chegada e saída da equipe de Curitiba. Pa­­trulhas, incluindo a Guarda Mu­­nicipal, serão rotineiras na região. Uma equipe estará de plantão no portão da propriedade atleticana, emprestada à CBF e que já teve até a bandeira do Furacão trocada pelo pavilhão nacional.

"Não temos temor de problemas. O CT é muito seguro e o público em volta deve ser de fãs e jornalistas. Não há tanto risco", avalia o coronel da Polícia Militar Jorge Costa Filho, comandante do policiamento da capital.

Como nem a tietagem e muito menos os jornalistas atraem a preferência de Dunga, essas duas categorias de pessoas não serão bem-vindas no QG da seleção brasileira. A imprensa terá acesso restrito e o contato com o público será nulo.

"O Dunga não quer que ninguém dê entrevista e que ninguém tire fotos. É até uma situação chata, a seleção tem um interesse nacional imenso, mas a imprensa ficará jogada em um canto e nem banheiro direito vai ter. Só banheiro químico", afirma Rodrigo Freitas Neto, proprietário da empresa de segurança Cer­­berus, contratada pela CBF.

A empresa de Freitas prestou o mesmo serviço na última vez em que o escrete canarinho esteve no Caju, em 2001. Segundo ele, na época, sob o comando do técnico Luiz Felipe Scolari, o rigor e as recomendações eram bem menores.

"Com o Felipão, os jornalistas circulavam pelo CT. Ninguém incomodou, não houve problema. Agora temos de tentar explicar para as pessoas e cumprir as determinações [de evitar o acesso]", lamenta.

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