Kaká, meia da seleção brasileira
A fechadíssima concentração da seleção brasileira no Hotel Fairway é o lugar ideal para Kaká. Lá, atrás dos altos muros e longe dos holofotes, ele se sente à vontade para exercer sua liderança em um grupo que convive com uma imensa interrogação. Saiu de seu hábitat, porém, e o discurso parece ensaiado. Kaká refuta o status de estrela. Prefere ser mais um entre os 23 escolhidos a dedo por Dunga. Ou, pelo menos, é o que diz. "A responsabilidade é de toda a seleção brasileira", afirmou ele ontem, véspera do confronto com a Coreia do Norte. Resposta-padrão no futebol.
A frase abriu a concorrida passagem do jogador pela zona mista, espécie de corredor polonês formado por jornalistas do mundo inteiro. Sem alternativa, o camisa 10 se viu obrigado a quebrar o silêncio havia falado apenas uma vez desde o desembarque em Johannesburgo.
Você costuma dividir a carreira em etapas. Depois do fracasso na Alemanha, elegeu a Copa da África do Sul como a sua Copa. É a hora de ser o protagonista?
Sei da minha responsabilidade, da minha importância, mas a responsabilidade maior é da seleção. Não existe pressão nenhuma. Temos muitos jogadores, muitos líderes e eu sou um desses líderes. Se ganha, ganham os 23, se perde, perdem os 23. Não quero fazer uma grande Copa, ir bem, e o Brasil não. Espero fazer de tudo para ajudar e que a gente saia daqui campeão.
Há muitas dúvidas em relação à sua condição física por causa da série de lesões e do tempo que passou longe dos gramados. Como está o Kaká?
Estou muito bem, ótimo. Fiz tudo o que eu podia, trabalhei da forma que tinha de trabalhar muitas vezes em três períodos para poder chegar nesta Copa e render o máximo que eu posso. Agora é estrear e ir para dentro.
Sente alguma limitação por causa das dores no púbis que o incomodaram?
Não, nenhuma limitação de movimento. O principal agora é a condição física. Vamos ver amanhã [hoje] quanto eu aguento. Espero que os 90 minutos.
A diferença na preparação é gritante em relação à festa que marcou o período de treinamento em Weggis (Suíça), antes do Mundial de 2006. Desta vez a opção foi pelo isolamento quase total. É a fórmula certa para ganhar a Copa?
É só uma forma diferente. Em 2002, quando fomos campeões, o estilo era esse de agora. Foi o jeitinho não brasileiro que deu certo. A gente não sabe a receita para ganhar uma Copa do Mundo, mas há algumas coisas que se fizermos ajuda. E eu acredito que a preparação sendo feita desta forma é uma coisa que contribui.
Pouco se sabe sobre a Coreia do Norte. Como é ir para uma estreia de Copa praticamente no escuro?
Talvez vocês não saibam muitas coisas, mas o Dunga passou para a gente tudo da equipe da Coreia. É jogar o futebol brasileiro, o futebol que nos trouxe até aqui.
Qual o sentimento antes do seu terceiro Mundial?
De que amanhã [hoje] vou estrear em uma Copa que tem tudo para o Brasil terminar como campeão.
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