Admito: errei meu palpite. Até o último sábado, apostaria que a Argentina iria vencer esta Copa. E, ao contrário dos que comemoraram a derrota da turma do Maradona, fiquei triste por eles.
Sim, caro leitor, torço pela Argentina. Gosto do país vizinho, apesar de eles terem o mau hábito de colocar uma coleção de gente maluca e/ou indecente na comissão de frente (família Kirchner, Carlos Menem, Diego Maradona). Não, não insinuem que eu estava ansiosa para ver o Maradona pelado. Olha o respeito, senhoras e senhores! Mesmo nas nossas perversões mais íntimas, precisamos ter algum limite.
Já que a brincadeira futebolística está terminando, vamos ao balanço deste Mundial:
O mais antipático: o nome "Copa do Mundo da Fifa". A Copa não é do mundo? Ou é só do mundo que se rendeu à Fifa? A Fifa está se achando a dona do mundo? Em resumo, essa marca registrada dos organizadores é de uma pretensão irritante.
O que funcionou melhor nesse Mundial: a troca de figurinhas do álbum da Copa. Foi perfeito: o povo se reunia em uma praça e, civilizadamente, trocava suas figurinhas para que todos pudessem preencher seus álbuns sem ter de comprar um milhão de pacotinhos. A certa altura, tinha gente aceitando pegar cromos de que não precisava, só para fazer a roda girar. Uma beleza!
O personagem mais curioso: teve vários, mas fico com o japonês Jong Tae Se, que jogou pela Coreia do Norte. É aquele que chorou durante a execução do hino no jogo contra o Brasil, lembra? O rapaz nasceu e joga no Japão e é filho de pais nascidos na Coreia do Sul. Mas estudou em uma escola financiada pelo governo da Coreia do Norte (por que cargas dágua o rico Japão aceita ajuda financeira do governo de Kim Jong Il para manter escola, só eles para explicar). Parece que o menino Tae Se foi influenciado pela propaganda comunista (eu sei que essa conversa parece muito antiga...) e resolveu se naturalizar norte-coreano e defender seu país de adoção no Mundial. Tem um quê de maluquinho...
O mais bonito: os estádios e a paisagem da África do Sul.
O mais triste: a morte da neta de Nelson Mandela, depois da festa de abertura, quando era levada para casa por um motorista alcoolizado. Parece piada de mau gosto.
A melhor notícia: a classificação dos sul-americanos.
A pior notícia: a eliminação dos sul-americanos. Agora o meu coração está com o Uruguai, ainda que não muito esperançoso. Suerte, Celeste!
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