Top 5
O Atlético tem alguns nós a desatar para que Arena esteja pronta para o jogo-teste de janeiro:
1 Liberação de recursos: O Atlético sentirá na prática a restrição imposta pelo TCE-PR quando pedir a liberação de uma nova parcela do financiamento do BNDES. Até lá, precisará definir quem é o responsável pelo pagamento dos juros.
2 Rigor da Fifa: A entidade foi benevolente com os estádios da Copa das Confederações em seus eventos-teste. Para as seis arenas exclusivas do Mundial, porém, foi feita a promessa de um rigor maior.
3 Clima: Em dias chuvosos o ritmo da obra naturalmente diminui. Em 2013, segundo dados do Instituto Nacional de Meterologia (Inmet), Curitiba teve chuva a cada três dias. A média inferior é de 2012, com precipitação a cada dois dias e dezembro como o mês mais chuvoso.
4 Venda de potencial construtivo: A comercialização do lote de 60 mil cotas servirá para quintar o empréstimo de R$ 30 milhões tomado junto à Fomento, com vencimento em dezembro. Se não conseguir receita suficiente com o potencial, o Atlético terá de pagar o empréstimo com recursos próprios.
5 Negociação de naming rights: Ambev, Renault e mais duas empresas negociam o naming rights da Arena com o clube, que projeta arrecadar R$ 90 milhões com um contrato de 20 anos. Dinheiro que será empregado para quitar a parte do clube na obra e, consequentemente, acelerar os trabalhos.
Em exatos cem dias a bola irá rolar pela primeira vez na remodelada Arena da Baixada. Um amistoso entre funcionários da obra, com capacidade reduzida, que servirá de primeiro teste do estádio para a Copa do Mundo. Um evento simbólico exigido pela Fifa, mas ainda cercado de incógnitas. Questões financeiras, o conceito de estádio pronto e até a possibilidade de chuva terão influência direta em como estará o Caldeirão quando seus novos portões forem abertos no dia 26 de janeiro de 2014.
O mais novo obstáculo foi a suspensão do repasse de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), determinada na quarta-feira, pelo Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR), com base no não pagamento dos juros do empréstimo concedido para a obra. O impasse só se tornará um problema de fato quando a obra atingir um estágio que permita ao Atlético solicitar nova liberação de verba. Precisar de um novo aporte financeiro e não poder receber tem potencial para prejudicar um cronograma que já perdeu toda a margem de folga.
"Nosso cronograma não tem sobras. Tudo que for ruído não relacionado à construção, fica difícil [entregar o estádio no prazo]", afirmou o diretor de construções do clube, Luiz Volpato, em entrevista coletiva há 15 dias. "Não há um minuto a perder agora para que o estádio fique pronto para a Copa", reforçou o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, na semana passada.
A Fifa estipulou 31 de dezembro como data-limite para que os estádios não utilizados na Copa das Confederações estejam prontos Arena da Baixada, Itaquerão, Arena das Dunas, Arena Pantanal, Arena da Amazônia e Beira-Rio. O conceito de pronto da entidade, porém, é amplo.
O Maracanã foi aberto em abril para um evento-teste com apenas 30% da capacidade liberada, o que deve se repetir na Baixada. Não houve teste dos serviços de lanchonete, catracas e acesso a todas as rampas. A imprensa não pôde circular pelas áreas ainda em construção, isoladas por tapumes. Na inauguração oficial, dia 2 de junho, com um Brasil x Inglaterra, a permanência das obras quase fez a partida ser suspensa pela Justiça.
A Fifa prometeu rigor maior com os seis estádios restantes. No entanto, é consolidada entre as sedes a informação de que precisam estar prontos para receber um jogo-teste e que melhorias podem ser feitas no começo de 2014.
"Teremos um estádio em condições de atender a Fifa, porém sem aquele acabamento planejado pelo Atlético", afirmou Volpato. "Temos a obrigação do jogo-teste dia 26 de janeiro, depois pretendemos fazer a inauguração em março. Entregaremos as chaves à Fifa dia 22 de maio, quando estará tudo prontinho, redondo, de dar inveja ao resto do Brasil. Estará tudo pintadinho, nem que eu tenha de vir pintar", reforçou Mario Celso Petraglia, presidente do clube, na mesma coletiva.
Visita a Curitiba
O atual vice e um campeão mundial incluíram Curitiba entre possíveis locais de treinamento para a Copa. Na semana passada, representantes da Federação Holandesa vieram buscar detalhes de hoteleira, segurança e saúde em reunião com o governo do estado e a prefeitura, além de visitar o CT do Caju. No fim de setembro, roteiro similar, acrescido da Arena, foi cumprido por funcionários da Embaixada da Inglaterra. Ontem, representantes do Consulado dos EUA em São Paulo fizeram a segunda visita a Curitiba. Na primeira, a federação local esteve no Caju e na Arena; agora, a prioridade foram a segurança, saúde e hotelaria. Somente após o sorteio (6/12) as delegações definirão suas bases. Holanda e EUA vêm Curitiba como um destino para toda a preparação pré-Mundial. No caso inglês, o foco foi a possibilidade de os Three Lions jogarem na cidade.