Escalação
Em tratamento, Di María é a principal dúvida
A presença do meia Ángel Di María é a grande dúvida da Argentina para a decisão de hoje contra a Alemanha. O camisa 7 sofreu uma lesão muscular na coxa direita no duelo das quartas de final, contra a Bélgica, no último dia 5. Desde então, começou um tratamento intenso para poder voltar a jogar na Copa. Apesar da lesão, está entre os dez atletas escolhidos pela Fifa para concorrer ao prêmio de melhor jogador do Mundial.
Ontem, Di María foi para o gramado com os companheiros no último treino da seleção antes da final, realizado em São Januário. A atividade, no entanto, foi aberta apenas durante os primeiros 15 minutos. Caso o meia não possa atuar ou comece no banco de reservas, Enzo Pérez será escalado. "Precisamos ver como ele evoluiu. Ainda não dá para definir [a escalação]", declarou o técnico Alejandro Sabella.
O treinador acredita que controlar o meio de campo será fundamental para a Argentina ter sucesso diante dos alemães. "Temos de ocupar os espaços rapidamente e não podemos perder a bola em locais perigosos, pois o time da Alemanha é muito potente. Vamos precisar de um jogo perfeito", analisou.
"Jesus Cristo"
"D10S". Este é Diego Maradona. "Jesus Cristo". Assim será Lionel Messi, caso a Argentina seja campeã do mundo hoje. A definição quase bíblica é de um dos fundadores da Igreja Maradoniana, o jornalista Hernan Amez. "Se Messi ganha a Copa do Mundo, estará sentado à direita de D10S Diego, no olímpo Maradoniano e será o Messias", disse.
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Chegou o dia que os argentinos aguardam há 28 anos. A seleção albiceleste decide hoje, às 16 horas, no Maracanã, o título da Copa do Mundo diante da Alemanha. O adversário é o mesmo da final de 1986, quando os hermanos venceram e desfrutaram o último momento de glória em Mundiais. A partir daí, um longo jejum. "Não somos só uma equipe, somos um país", postou o experiente zagueiro Demichelis em seu Twitter, ciente de que o jogo está muito além do embate entre os 22 jogadores que estarão em campo.
A relação entre torcida e seleção sempre foi próxima na Argentina. O fanatismo demonstrado nos clubes é transferido para a equipe nacional. O sentimento se fortaleceu em uma Copa disputada perto de casa. As cidades brasileiras em que o time jogou foram tomadas pelos hinchas. Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, São Paulo... Todas foram lar provisório para muitos que nem tinham onde dormir.
A empolgação compensou a falta de conforto. A Fifa informou, ontem, que foram comercializados 4.461 ingressos a argentinos para a decisão. Na cidade, no entanto, estima-se a presença de 70 mil. A grande maioria não vai conseguir acompanhar o jogo no Maracanã. Não importa. O essencial é demonstrar apoio, mesmo que seja longe das arquibancadas do palco da final.
Os atletas sabem o que está em jogo e por quem estão jogando. "Queremos realizar esse sonho de todos os argentinos. Será muito bom poder levar a taça para o povo", declarou o zagueiro Basanta. "Vamos lutar por mais. Todos seguem juntos por um mesmo sonho", disse o atacante Sergio Agüero.
Em 1986, Maradona liderou a Argentina e foi o responsável por levantar a taça. O papel agora é de Lionel Messi. O camisa 10, que há alguns anos chegou a ser questionado pela relação distante com o país, hoje é adorado. É o principal símbolo e esperança da torcida.
"Chegamos até a final pelo sacrifício de todo o plantel e pelo nosso povo, que nos carregou até aqui. Mas o sonho não acabou. Queremos ganhar e estamos preparados para isso", escreveu o craque, ontem, em seu Facebook.
Voltar a conquistar uma Copa do Mundo e na casa do rival Brasil: o roteiro perfeito está desenhado. Falta os jogadores consolidarem em campo.