Em 2012, um grupo de 20 amigos da cidade Paraná, na Argentina, teve uma ideia mirabolante durante um churrasco: comprar um ônibus para seguir a seleção durante a Copa no Brasil.
Das 20 pessoas, 11 decidiram seguir com a ideia e, depois de ver cinco veículos, gastaram cerca de R$ 13 mil num ônibus de 1994.
Nascia ali, no ônibus reequipado com a ajuda de empresários locais, o projeto "Mundial Andando". O ônibus só deixará o país depois da Copa, com ou sem Argentina na final. O grupo tem até um patrocinador: uma marca de cerveja.
"Uma coisa de que temos orgulho é que os 11 amigos que começaram o projeto estão aqui", diz Juan Alfieri, jornalista, 32 anos. "Devemos ir embora depois da final, mas se a Argentina ganhar ficaremos uma semana comemorando", completa Lionel Ruggia, funcionário público, 31 anos.
Segundo os colegas, foi mais fácil conseguir comprar um ônibus e estocar comida do que encontrar ingressos disponíveis no site da Fifa.
"Decidimos então ver a outra cara do mundial, de fora do estádio, com o resto da torcida", explica Alfieri.
Desde 7 de junho no país, os amigos chegaram nesta quinta-feira (3) a Brasília, onde acompanharão o time de Messi jogar contra a Bélgica pelas quartas de final. Eles estão num local reservado pelo governo do DF para abrigar até 4 mil veículos. No total, cerca de 30 mil argentinos devem vir a Brasília. Até agora, contudo, o local de motorhome tem mais policial, jornalista e camelô do que veículos da Argentina, que não passam de 15.
Trajetória
Até agora, o "Mundial Andando" só conseguiu ingressos para as partidas contra Bósnia e Irã, mas os 11 amigos ainda esperam conseguir para o jogo de Brasília. O plano B, claro, é ir para a Fan Fest.
Os colegas já percorreram 6 mil km e devem andar mais 4 mil km até retornarem à Argentina. Eles devem consumir mais de 3 mil litros de gasolina na viagem.
A última parada do grupo será o Rio. "Não me importa nenhuma outra partida, só a final contra o Brasil. É um sonho, um jogo histórico", diz Alfieri. "Se vencermos o Brasil dentro do Brasil, o Messi será o maior jogador da história. Mais que Maradona, mais que Pelé, mais que todos", completa Ruggia.
Em média, eles gastam R$ 10 por dia cada um, mas houve dia em que o custo foi quatro vezes isso. O grupo ainda gastou R$ 2 mil em comida no total.
Na viagem, os argentinos conheceram as estradas do Brasil mais do que muitos brasileiros. Em tantos dias, claro, surgem surpresas boas e ruins. Em Brasília, Goiânia e Rio, por exemplo, eles foram parados pela polícia. Ficaram surpresos quando descobriram que os policiais queriam apenas tirar fotos. O lado ruim ficou com a torcida dentro do estádio e as provocações.
"Os brasileiros nas ruas são fantásticos, são generosos. Mas dentro do estádio é só provocação. Somos mais criativos nos estádios, mas os brasileiros gritam mais e sempre contra a Argentina. Nunca imaginei que veria um estádio torcendo pelo Irã", explica Alfieri.
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