O goleiro Júlio César é batido pela décima vez em dois jogos: gol de Wijnaldum selou o desastre brasileiro na Copa| Foto: Damien Meyer/ AFP
Neymar fez questão de cumprimentar os compa­­nheiros após a segunda derrota na Copa
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A seleção se despediu da segunda Copa do Mundo realizada no Brasil sem despertar do pesadelo iniciado com a goleada por 7 a 1 para os alemães. O time de Luiz Felipe Scolari foi novamente presa fácil na disputa do terceiro lugar. Abatido, perdeu por 3 a 0 para a Holanda e encerrou a participação no torneio sem deixar saudade.

INFOGRÁFICO: Conheça os números do fracasso brasileiro na Copa do Mundo

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Em sete partidas, foram três vitórias, duas derrotas, dois empates e um saldo de dois gols negativos. Um desempenho bem abaixo dos outros três semifinalistas. A Holanda fechou o torneio sem ser derrotada; assim como as finalistas Argentina e Alemanha.

Ontem, bastou um minuto para perceber que o time continuava no ritmo do vexame de terça-feira. Escolhido pela Fifa como melhor jogador da partida (e cotadíssimo para ser o melhor do Mundial), o atacante Robben aproveitou a desatenção da defesa brasileira para ficar no mano a mano com o capitão Thiago Silva. O zagueiro derrubou o holandês fora da área, mas o árbitro marcou pênalti.

Aplaudido ironicamente pela torcida antes do jogo, em contraponto às vaias destinadas a Fred e Felipão, Van Persie cobrou e abriu o placar. Aos 16/1.º, o lateral-esquerdo Blind ampliou, beneficiado por mais um erro da arbitragem. Mesmo com mais disposição do que contra a Alemanha, faltou organização para o Brasil reagir, até que Wijnaldum selou a vitória, aos 35/2.º.

Símbolo das dificuldades emocionais do time ao longo da competição, Thiago Silva falou em "pedir desculpas ao povo" no fim da partida. "A gente não merecia um final da forma como foi", disse. O capitão ficou marcado por pedir para não participar da decisão por pênaltis contra o Chile, nas oitavas de final, por se afastar dos colegas e chorar antes do início das cobranças.

Suspenso na semifinal, o zagueiro foi uma das cinco novidades na escalação de Felipão para o confronto. No ataque, Fred, Hulk e Bernard deram lugar a Jô, Ramires e Willian. Na lateral-esquerda, Maxwell substituiu Marcelo. Apesar do novo revés, o técnico elogiou a equipe. "Quando uma equipe toma sete gols, depois vem no primeiro minuto do jogo seguinte e toma um gol, isso abala. Mesmo assim, nossa equipe foi muito legal", avaliou o treinador.

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Time deixa campo à francesa

Enquanto os funcionários da Fifa arrumavam o palco para que os jogadores da Holanda recebessem as medalhas de terceiro lugar, a seleção brasileira deixou o gramado de fininho, sem saudar a torcida que compareceu ao estádio Mané Garrincha. Mesmo com a goleada para a Alemanha e a má apresentação de ontem, contudo, os torcedores se esforçaram para apoiar o time. As vaias só se tornaram generalizadas no intervalo e nos minutos finais da partida.

Neymar, que ficou no banco de reservas, sem condições de jogar, foi aplaudido todas as vezes que apareceu no telão. As perseguições ficaram restritas a Felipão e Fred, que permaneceu na reserva toda a partida. Destaque do jogo, Robben também foi vaiado quase sempre que tocou na bola.

Apesar disso, o jogador e o técnico da Holanda, Louis van Gaal, fizeram questão de elogiar o comportamento dos brasileiros ao longo do torneio. "Gostaria de agradecer o povo brasileiro por todo suporte", disse o atacante. "O jogo de hoje foi a melhor maneira de encerrar o torneio", complementou.

Conhecido pelo mau humor, Van Gaal foi além. "Sempre que os jogadores foram à rua, à praia, o povo brasileiro foi incrivelmente gentil. Devo dizer que não tenho absolutamente nenhuma crítica com relação à organização do Brasil. Todos os menores detalhes foram bem organizados", declarou o treinador, que deixa a seleção para assumir o Manchester United, da Inglaterra.

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Van Gaal só não poupou críticas à necessidade de realizar o confronto de disputa pelo terceiro lugar. "Esse jogo nunca deveria ter sido realizado", afirmou.

O técnico também reclamou de uma suposta vantagem dada à seleção brasileira pela Fifa. Para ele, foi injusto o Brasil ter três dias de recuperação para a partida e a Holanda, dois. "Foi um jogo feito em circunstâncias desiguais e a Fifa deveria se perguntar se sempre deveríamos dar vantagens ao país-sede."

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