Curitiba foi a única entre as 12 sedes a não comparecer à apresentação das cidades na Costa do Sauípe, ontem, durante a programação prévia do sorteio dos grupos da Copa. O motivo oficial foi "contenção de gastos".
"O dinheiro que tínhamos foi usado para ajudar na [diminuição da] tarifa do ônibus. Nossa delegação ficou reduzida. Optamos por uma operação barata", justificou, por telefone, Gladimir Nascimento, secretário de comunicação da capital paranaense.
Em junho, o prefeito Gustavo Fruet anunciou um corte na passagem do transporte coletivo. E entre os subsídios para o novo valor (R$ 2,70) foram deslocados entre R$ 6 milhões e R$ 8 milhões da verba de publicidade da Copa.
Com base no estande das outras 11 cidades-sedes, a economia com a ausência teria sido apenas em estrutura (diárias e pessoal), além de material publicitário (DVDs, fôlderes, brindes...).
A organização do evento da Fifa deu outra explicação para a falta curitibana. Um "contratempo" teria impedido Nascimento de chegar ao litoral da Bahia.
"Enviamos apenas três pessoas, dois técnicos do Turismo e o secretário municipal da Copa [Reginaldo Cordeiro]. Pode haver algum dano? Pode. Mas não temos dinheiro", complementou Nascimento. A pequena comitiva chegará hoje ao Nordeste.
Parceiro do projeto, o governo do estado se eximiu de qualquer falha na organização municipal para divulgar Curitiba: "O estande era de responsabilidade da prefeitura", resumiu Mario Celso Cunha, coordenador estadual do Mundial, também por telefone.
Sem representante no local e com o estande vazio, coube à organização do evento da Fifa exibir aos 350 jornalistas de diversos países um vídeo curto, com o mote Curitiba, o mundo é aqui. Nas imagens, as inovações no transporte público, aspectos históricos, o caráter multicultural etc. Nenhuma menção à Baixada.
Ao todo, o evento na Costa do Sauípe tem cerca de 1,3 mil convidados e 2 mil jornalistas de todo mundo credenciados.
A definição da tabela será transmitida ao vivo para 193 países, com 109 canais de televisão (sete brasileiras) e 30 emissoras de rádio (17 do país).
Nas apresentações de ontem das demais 11 capitais tudo serviu para exaltação e marketing. Teve estandarte do boi-bumbá (Manaus), Gisele Bündchen e convite para tomar chimarrão (Porto Alegre), humoristas (Fortaleza) e botecos (Belo Horizonte).
A única pausa nos autoelogios foi no discurso de São Paulo. Logo na abertura, os paulistas lamentaram o acidente que vitimou dois operários no Itaquerão, no dia 27/11.
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