Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), no dia em que se tornou cidadão honorário de Curitiba, em maio do ano passado| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Festas

A partir de hoje, a estufa do Jardim Botânico, em Curitiba, irá receber uma iluminação diferente para homenagear as seleções campeões mundiais. O evento marca os mil dias para a Copa. A lembrança será discreta perto de outras sedes.

Em Brasília, espera-se juntar 300 mil pessoas em evento com o custo de R$ 1,6 mi. Em Belo Horizonte, com a presença da presidente Dilma, o gasto será de R$ 600 mil.

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Pense que o governo federal é um time de futebol e, em meio à pressa por resultados positivos, trocou o veterano jogador "Prudência" pelo talismã "Jeitinho Brasileiro". Um cara indisciplinado, mas que costuma resolver os jogos. Do seu jeito, mas resolve. O técnico – Ri­­car­­do Teixeira, presidente da Con­­fe­­deração Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) – pede calma à torcida. Para ele, "estamos dentro do limite".

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É assim que se encontra o Brasil a mil dias de abrigar a sua segunda Copa do Mundo, programada para 2014. Pressionado pela contagem regressiva para o jogo inaugural e pelo fato de ter tirado do papel apenas 4,7% das obras programadas (ou usado R$ 1 bilhão de um orçamento de R$ 24 bilhões), o poder público abriu mão do trâmite original para não passar vergonha perante o mundo.

Atalhos foram criados para acelerar as obras, quase todas elas encurraladas pela falta de planejamento. Como pouco – ou quase nada – andou de 2007, quando a Fifa bateu o martelo a favor do país, para cá, a presidente Dilma Rousseff tratou de mudar a regra.

A petista sancionou, no mês passado, o polêmico Regime Di­­fe­renciado de Contratação (RDC), apro­­vado pelo Congresso Nacio­nal. Entre outros aspectos, o RDC garante a manutenção do sigilo dos orçamentos prévios de um projeto até o fim da licitação. Durante o processo, somente órgãos de controle terão acesso aos preços. Ou seja, tudo no escuro.

Outro empurrãozinho foi anunciado nesta semana, permitindo que as obras de mobilidade urbana nos estados e municípios que receberão o torneio da Fifa se­­jam mantidas na lista de prioridades do Mundial mesmo que não estejam licitadas e contratadas até dezembro deste ano, o prazo inicialmente estipulado.

Corrida contra o relógio. Se­­gundo a Controladoria-Geral da União (CGU), menos de 3% dos re­­cursos para as obras de transportes nas 12 subsedes da Copa foram liberados. Em sete cidades nenhuma obra – como trens, monotrilhos ou metrô – foi iniciada. A ma­­triz da Copa tem 49 projetos.

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Em Curitiba, a única intervenção prevista para começar em 2011 é a extensão da Linha Verde Sul, programada para dezembro.

Letargia que praticamente obrigou o ministro do Esporte, Orlando Silva, a excluir a mobilidade urbana dos "pilares essenciais" do Mun­­dial. "O mais importante é o estádio, esse é um assunto resolvido. Depois, são os aeroportos, porque é a circulação do país, e oito dos 13 estão em obras. Esses são os dois pilares essenciais. Mobilidade é o legado, que será o ganho real para a população", cravou o ministro.

Legado que, assim como no Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, começa a se esfarelar.

Em Brasília, o governo local anunciou que a principal obra de transporte público planejada para o evento, o Veículo Leve so­­bre Trilhos (VLT), não estará inteiramente pronta até 2014. Já a prefeitura de Belo Horizonte de­­sis­tiu da construção de corredores exclusivos para o Bus Rapid Transit (BRT), ônibus de trânsito rápido, na Ave­­nida Pedro II, uma das ligações para o Estádio Mi­­neirão, palco mineiro da Copa.

Fracassos que obrigaram a convocação do rodado "Jeitinho Bra­­sileiro", o camisa 10.

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