Até os anos 80, Mixto, de Cuiabá, e Operário de Várzea Grande, maior cidade da região metropolitana, chegavam a levar 40 mil pessoas ao Estádio Verdão. Hoje o batismo de "Clássico dos Milhões", porém, perdeu o sentido. Em baixa o Operário inclusive está na Segundona estadual , os times tradicionais não enchem mais nem o Dutrinha, acanhado campo que se tornou o principal palco do futebol na região enquanto a Arena Pantanal é construída.
Confira fotos das obras em Cuiabá
O novato Cuiabá e o Luverdense, de Lucas do Rio Verde, tomaram a dianteira e jogam a Série C nacional. Apesar disso, a antiga rivalidade ainda existe. Tanto que o secretário estadual da Copa, Maurício Guimarães, não revela o clube do coração. Mas ao mesmo tempo é sincero ao admitir que o futebol matogrossense não tem condições de sustentar o moderno estádio levantado no lugar do Verdão ao custo de R$ 518,9 milhões, bancados pelo governo estadual com apoio de um empréstimo de R$ 285 milhões do BNDES. Mesmo com a redução da capacidade de 43 mil para 30 mil pessoas após a Copa.
"Temos de ter o estádio? Temos. Então vamos fazê-lo sustentável. A questão futebolística vai demorar um pouco [para melhorar]. Por isso a concepção é multiuso", reconhece Guimarães, que não vai na onda dos grandes espetáculos propagandeados por outras subsedes. "Com futebol e shows, nossos estudos mostram que não dá para manter. Também não estamos no circuito dos principais shows".
Desta forma, o projeto do estádio o mais ecologicamente correto entre os 12 da Copa aposta na faceta comercial. Lojas, escritórios, centro de convenções, hotel e até uma universidade poderão se instalar nos módulos abaixo das arquibancadas e no terreno. Além do uso público. "Também temos uma grande praça, ginásio, ginásio de artes marciais, piscina...", enumera o secretário, sobre espaços que já funcionam ao lado.
O governo do MT ainda não decidiu se entregará o estádio para gestão da iniciativa privada, fará uma parceria público-privada (PPP) ou tocará ele próprio. Mas, pelas palavras de Guimarães, a última possibilidade está descartada. Segundo ele, "o poder público por si só é muito incompetente para gerir esse tipo de empreendimento".
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