Mesmo após duas invasões seguidas ao Maracanã, primeiro de argentinos e depois de chilenos, torcedores sem ingresso continuarão tendo acesso ao entorno do estádio na partida deste domingo, entre Bélgica e Rússia, pelo Grupo H da Copa do Mundo. Também não haverá aumento no número de seguranças privados da Fifa: serão os mesmos 1.037 que faziam a segurança interna do Maracanã na última quarta-feira, quando cerca de 200 chilenos - dos quais 88 foram presos - invadiram o Centro de Mídia do estádio, antes do jogo entre Espanha e Chile.
As forças de segurança pública estaduais e federais, além dos responsáveis pela área na Fifa, estiveram reunidas nesta sexta-feira no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) para traçar a estratégia de segurança para o jogo de domingo. Ficou decidido que haverá reforço no efetivo da Polícia Militar no entorno do estádio, passando de 2,5 mil para 3,1 mil policiais, além da colocação de grades nos pontos considerados "sensíveis", como o portão ao lado da entrada do Centro de Mídia que foi facilmente aberto pelos chilenos na última quarta.
Segundo o comandante da PM, coronel José Luís Castro, a ideia é colocar mais uma linha de controle, formada por grades e os agentes de segurança privada - os chamados stewards - logo à frente das entradas de serviço do estádio, por onde chilenos e argentinos fizeram a invasão. Assim, um efetivo da PM será colocado atrás dos seguranças privados, entre eles e o Maracanã
O subsecretário de Grandes Eventos da secretaria de Segurança do Rio, Roberto Alzir, afirmou que a PM não vai impedir que torcedores sem ingresso cheguem ao entorno do Maracanã. "Na Copa das Confederações (no ano passado), isso aconteceu por conta do cenário das manifestações, um quadro de anormalidade. Para o próximo jogo, a situação, por enquanto, é de normalidade. Tomamos medidas para cobrir a vulnerabilidade que havia e, se não forem suficientes, aí, sim, partiremos para outro nível", explicou ele.
O subsecretário, que é delegado federal, culpou as estruturas temporárias do estádio - de responsabilidade do próprio governo estadual - pelas invasões dos torcedores. Segundo Alzir, o Maracanã foi muito modificado em relação à Copa das Confederações. "O Maracanã foi muito modificado pelas estruturas provisórias, que criaram pontos de vulnerabilidade. Não tenho dúvida alguma de que, se o Maracanã tivesse mantido suas características da Copa das Confederações, muito provavelmente esses problemas não aconteceriam", disse o funcionário do governo estadual, que também afirmou que as mudanças ficaram prontas "muito em cima da hora".
Ainda segundo o subsecretário, ao menos para o jogo deste domingo, não será necessário o uso das Forças Armadas no esquema de segurança do Maracanã.
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