O rapaz que foi baleado pela Polícia Militar (PM) de São Paulo no sábado (25) em um protesto contra a realização da Copa do Mundo saiu do coma induzido pelos médicos. No entanto, seu estado continua grave e ele respira com a ajuda de aparelhos.
Segundo a Santa Casa, hospital onde ele está internado, o jovem passou por quatro cirurgias.
O estudante Fabrício Proteus Nunes, 22, foi ferido a tiros pela PM, no peito e na virilha, na esquina das ruas Sabará e Piauí, em Higienópolis.
A polícia alega que os tiros foram disparados em legítimas defesa, após o estudante tentar agredir um dos policiais com um estilete.
A Corregedoria da PM vai investigar a conduta dos policiais no episódio. Imagens de câmeras de segurança exibidas pelo "Fantástico", da Rede Globo, mostram dois PMs perseguindo Fabrício na rua.
Ao ser alcançado, ele se volta contra um dos policiais, que cai. O jovem então cai sobre ele, mas não é possível saber se ele tentou agredir o PM ou se já havia sido atingido por um dos tiros.
As imagens também são inconclusivas sobre o momento exato dos disparos e se Fabrício tinha um estilete nas mãos, como relatam os PMs.
Em seguida, o vídeo mostra Fabrício cambaleando, antes de cair novamente.
Em boletim de ocorrência registrado no 4º DP (Consolação), os PMs confirmam ter atirado no rapaz, mas dizem que, antes, ele resistiu à prisão e agrediu policiais.
Segundo a versão da polícia, o estudante e um amigo de 25 anos foram abordados na rua da Consolação, por onde manifestantes se dispersavam após o protesto.
O rapaz, de acordo com essa versão, teria tentado fugir após uma revista descobrir explosivos em sua mochila.
Familiares de Fabrício não souberam dizer se ele portava um estilete no sábado, mas contaram que ele costumava andar com o instrumento, pois trabalha como estoquista na rua 25 de Março e o utilizava para abrir caixas.
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