Depois de a Fifa passar a maior parte dos últimos sete anos fazendo críticas aos atrasos na preparação da Copa do Mundo no Brasil, o presidente Joseph Blatter disse nesta quarta-feira (11), véspera da abertura da competição, que nunca houve problema algum com a organização no torneio.
A resposta surgiu quando o mandatário foi questionado sobre qual havia sido o maior problema durante o período de montagem do Mundial, iniciado em 2007, quando o país foi escolhido como sede do campeonato. "Nos últimos sete anos, não tivemos problemas no Brasil. Eu estive frequentemente aqui e vi o que estava sendo feito. Tenho certeza que a população do Brasil também vai festejar a Copa. O Brasil, para mim, é o país do futebol."
O secretário-geral Jérôme Valcke, que chegou a dizer que o país tinha de levar um "chute no traseiro" para acelerar as obras, também agora virou só elogios."Tudo está feito e estará pronto nas 12 sedes. Estamos trabalhando arduamente. Não se dormiu muito nas últimas semanas. Estará tudo disponível aos torcedores. Se em alguma cidade a infraestrutura não está terminada é porque era uma obra não relacionada."
Ao ser perguntado sobre o estado em que o Itaquerão receberá a partida de abertura, entre Brasil e Croácia, o cartola francês disse que só faltavam "árvores e flores" para deixar a arena bonita.
O discurso elogioso dos maiores dirigentes da Fifa vai contra toda todas as batalhas que a instituição travou contra o país nos últimos sete anos.
A entidade fez várias reclamações: demora na aprovação da Lei Geral da Copa, definição do número de cidades-sedes, atrasos nos estádios, indefinição sobre quem pagaria algumas pendências financeiras.
A mudança no discurso faz parte de uma estratégia de valorização do Mundial. Como não há mais tempo de mexer em sua estrutura, é melhor fazer com que ele pareça o melhor possível.
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