Atlético, CAP S/A, Fomento Paraná e Vitória terão de explicar ao Ministério Público Estadual (MP-PR) por que foi usado dinheiro da conta bancária para as obras da Arena da Baixada na negociação do lateral-direito Léo.
Confira o caminho do dinheiro no caso do jogador Léo
No dia 26 de dezembro de 2013, o Furacão transferiu R$ 1,5 milhão da CAP S/A para o clube baiano para exercer a preferência na compra de 50% dos direitos federativos do jogador, que acabou se transferindo para o Flamengo. O MP-PR encaminhou o pedido às partes envolvidas, após a operação ser revelada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo.
Atlético e Fomento se manifestaram em nota oficial sobre o episódio. Segundo o clube, o dinheiro repassado ao Vitória é referente a empréstimos feitos pelo Atlético à CAP S/A. "No momento do indicado pagamento pelo jogador Léo, a CAP S/A devia ao Clube Atlético Paranaense R$ 28 milhões. Mútuos contabilizados e auditados que ajudaram a salvar a obra em um momento de atraso no repasse dos financiamentos", explica o clube.
A Fomento confirmou a realização de empréstimos do Atlético à CAP S/A para garantir o fluxo financeiro da obra. Esta informação, segundo a agência estadual, foi verificada pela Pricewatterhouse&Coopers, auditoria contratada para averiguar a aplicação do dinheiro público emprestado ao clube. "Todos os recursos repassados através de empréstimos bancários são utilizados exclusivamente para as obras da Arena", informa a nota.
A Gazeta do Povo apurou que na verificação da movimentação financeira da CAP S/A durante o mês de dezembro, a Price detectou o depósito de R$ 1,5 milhão na conta do Vitória. O departamento financeiro da CAP S/A explicou que a direção do clube havia determinado o pagamento direto pois no dia 26 de dezembro não haveria como realizar a operação passando pelo caixa do Atlético. Essa transferência deveria ser registrada como devolução de empréstimo.
Para a Price, a CAP S/A apresentou o recibo correspondente ao abatimento deste R$ 1,5 milhão do total emprestado e também a comprovação de que no dia do pagamento ao Vitória, havia mais R$ 8,6 milhões na conta da obra que deveriam ser devolvidos ao Atlético. A auditoria e a Fomento aceitaram a justificativa, mas disseram que não seria admitida outra movimentação direta da CAP S/A para despesas do futebol, mesmo se tratando de dinheiro devido ao clube.
No relatório mensal que envia ao Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR), a Price não especificou que havia sido feito uma transferência de dinheiro da conta da obra para um clube de futebol. No tópico "verificação de saídas financeiras" do mês de dezembro, o item "i" relata um "TED (transferência eletrônica disponível) de R$ 1,5 milhão devolvido e emitido novamente no dia 26 de dezembro de 2013". Não há menção ao fato de esse dinheiro ter sido transferido para o Vitória referente à negociação de um jogador nem da data original do TED. Segundo a Gazeta do Povo apurou, essa falta de detalhamento fez com que a operação não chamasse a atenção dos técnicos do TC-PR. Passou como se fosse um pagamento normal da obra.
Em nota oficial, o Tribunal informou que sua atuação "concentra-se na fiscalização das despesas realizadas para a execução das obras" da Copa de 2014 e que "a apuração de eventual desvio de finalidade na aplicação destes recursos é de responsabilidade contratual do organismo financiador (Fomento Paraná) e da Comissão Mista de fiscalização do estádio", formada pela prefeitura e o governo estadual.
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