Luis Segura, vice-presidente da Associação de Futebol da Argentina (AFA), afirmou nesta terça-feira (15) que comercializou ingressos do jogo da seleção argentina contra a Bélgica, pelas quartas de final da Copa do Mundo, "a preços oficiais". "Me arrependo de ter vendido as entradas", declarou. Segura em entrevista ao canal Todo Notícias de Buenos Aires. "Cometemos um grave erro", indicou. Além disso, admitiu que haviam implantado um sistema de "trocas de ingressos" porque "tínhamos que ajudar as pessoas".

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Segura era uma das pessoas suspeitas de ter participado da revenda de ingressos durante o evento esportivo no Brasil. Seu nome veio à tona pelos depoimentos dos torcedores argentinos Demian Tujsneider e Darío Rosenzvit, detidos pela polícia em São Paulo. O vice da AFA reclamou que passou "um dia inteiro vendendo ingressos" e sustentou que "se alguém as revendeu, que culpa temos nós disso?"

No entanto, Segura afirmou que não cometeu ato ilícito algum: "O que fiz, do meu modesto lugar, foi vender entradas às pessoas que viajaram ao Brasil que não tinham ingressos. E por isso, tentamos vender os ingressos que tínhamos de sobra para pessoas conhecidas. Não anunciamos isso [a colocação dos ingressos à venda] para pessoa alguma. Existiam umas 400 pessoas pedindo entradas. Alguns pediam com bons modos, outros com insultos".

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Na sequência, alegou que havia tomado a atitude de vender com o objetivo caritativo: "Se a gente tem a possibilidade de resolver o problema para umas 100 pessoas, a gente faz isso".

Segura, em declarações à Rádio Mitre, sustentou que as pessoas aproximavam-se dele "por contatos" para conseguir as entradas. O vice da AFA alegou que tentou escolher pessoas" confiáveis "de forma que não revendessem os ingressos depois". O cartola sustentou que a Fifa repassou à AFA "ingressos adicionais" que Segura vendeu "a preço oficial".

O vice da AFA sustenta que os ingressos vendidos possuíam o preço impresso. "E vendemos com esse mesmo preço. Desafio que apareça alguém e me diga que eu lhe vendi uma entrada um preço maior do que o que correspondia".

Com tom indignado, Segura disse que lamentava a atitude tomada. "Se tivesse que passar outra vez por uma situação similar, nessa próxima ocasião eu guardo os ingressos para mim e não ajudo ninguém!". Depois, arrematou: "caso alguém viaje sem ingressos, da próxima vez eu vou dizer: 'se vira, meu!'".

Intercâmbio

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Emílio Vázquez, chefe de Administração de Ingresso da AFA, sustentou em declarações à imprensa em Buenos Aires que a Fifa ofereceu 700 ingressos para a AFA. No entanto, indicou que não eram grátis, e, portanto, a entidade esportiva argentina teve que pagar esses ingressos à Fifa. Segundo Vázquez, a AFA não "comercializou" os ingressos, mas sim, fez um "intercâmbio" para cobrir os custos e ter acesso a esses ingressos sobressalentes que a Fifa entregou.