O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitiu nesta segunda-feira (14) que houve venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo e que essa prática dificilmente terá fim, mas negou com veemência a participação da Fifa no escândalo. O esquema descoberto no Brasil acabou com a prisão de 11 pessoas e de um executivo da Match, empresa parceira da Fifa. Valcke garantiu ainda que a entidade está auxiliando a polícia brasileira.
"Nós também prendemos pessoas na África do Sul. Acho que nunca conseguiremos pôr fim a esse sistema", considerou Valcke. O número dois da Fifa foi quem respondeu ao questionamento inicialmente dirigido ao presidente Joseph Blatter, que se irritou com o termo "corrupção" utilizado na pergunta por uma repórter brasileira.
"Quando você fala de corrupção, tem que apresentar provas, evidências. Quando você diz que algo estava errado com ingressos eu aceito. Mas corrupção, onde?", questionou Blatter.
Valcke voltou a ressaltar que somente a Fifa tem autorização para negociar ingressos, e que a entidade "nunca vendeu nenhum bilhete com o valor acima do informado". Ele disse que aqueles que adquirem ingressos e desistem de ir aos jogos devem devolver as entradas à Fifa, e não revendê-los a um preço maior.
"O mesmo vale para um parceiro quando ele não quer um ingresso, ele tem que devolver. O que eu quero dizer é que irão haver muitas histórias, mas não se pode dizer que a Fifa não combata isso", declarou Valcke.
A investigação da polícia brasileira revelou que os ingressos que alimentavam o esquema ilegal eram provenientes de empresas parceiras, entidades e jogadores, dentre outros.
Por fim, o secretário-geral da Fifa garantiu ainda que a entidade está auxiliando a polícia nas investigações. "(O caso) saiu na imprensa antes de ser informado a nós. Nós nunca dizemos às autoridades que não vamos colaborar. Sempre daremos todo o apoio às investigações", assegurou Valcke.
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