A Fifa passou boa parte de sua primeira entrevista coletiva após a prisão de Ray Whelan, acusado de liderar uma quadrilha de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo, tentando desvincular o nome de Philippe Blatter do esquema.
Philippe não tem nenhuma vinculação legal com a entidade, mas é sobrinho do presidente da Federação Internacional de Futebol, Joseph Blatter.
"Philippe Blatter não tem nenhuma conexão com a venda de ingressos do Mundial", disse a porta-voz da Fifa, Delia Fischer, antes mesmo de ser questionada pela primeira vez sobre o tema pelos jornalistas presentes no centro de imprensa do Maracanã.
A empresa que ele preside, a Infront Sports & Media, é dona de 5% das ações da Match Hospitality, que possui a exclusividade de venda de pacotes de hospitalidade da Copa.A entidade que dirige o futebol mundial ainda reforçou que está colaborando com as investigações sobre o esquema de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo e pediu que o caso seja esclarecido rapidamente pelas autoridades brasileiras.
"A Fifa quer reiterar nossa defesa da legislação em apoio às autoridades contra qualquer venda ilegal de ingressos. É de interesse da Fifa que esse tema seja liquidado. Somos os primeiros que querem uma investigação e que o assunto seja rapidamente solucionado", afirmou a porta-voz.
Ingressos vips
Em nota oficial divulgada nesta terça-feira (8), a Match confirmou a soltura de Whelan e disse confiar que "os fatos vão mostrar que ele não violou nenhuma lei".
"A Match continuará a apoiar totalmente todas as investigações policiais, as quais acreditamos que irão inocentar Ray completamente. Enquanto isso, Ray Whelan, assim como toda a equipe da Match, continuará trabalhando nas áreas operacionais de nossa responsabilidade para realizar uma Copa do Mundo bem-sucedida", afirmou a empresa na nota.
A empresa confirmou que o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, já preso e acusado pela polícia de ser o principal operador do esquema de venda ilegal de ingressos, comprou legalmente 105 pacotes hospitality para sete partidas da Copa-2014, no valor de US$ 121.750.
O delegado Fabio Barucke, titular da 18ª DP da Polícia Civil, anunciou nesta terça a intenção de pedir a prisão preventiva de Whelan.
Já o promotor Marcos Kac, responsável pelo caso, afirmou em entrevista para a rádio CBN que, além dessa compra realizada oficialmente, a polícia suspeita que havia mais ingressos desviados ilegalmente.
"Foi um único contrato entre o Fofana e a Match, para uma quantidade pequena de ingressos. Nós temos captações de áudio que mostram que ele vendeu milhares de ingressos que não foram adquiridos de forma legal", disse o promotor.
"A Match é responsável pelo hospitality center, cujos ingressos têm um valor elevado. Só que a empresa não consegue vender todos os pacotes de hospitality. O que imaginamos é que esse refugo que não era vendido pela Match era repassado ao Fofana, que vendia no mercado negro", disse Kac à rádio.
Sobre a decisão da desembargadora que concedeu o habeas corpus a Whelan, o promotor afirmou que "decisão judicial não se contesta, cumpre-se".
"Existem os requisitos para a decretação de uma prisão temporária, entendemos que eles estavam presentes. A desembargadora entendeu que esses requisitos não estavam presentes, motivo pelo qual concedeu o alvará de soltura", disse Kac. Ele afirmou não temer uma eventual fuga de Whelan do país, mas que ele tente atrapalhar a investigação.
"A possibilidade de fugir do país sempre existe, mas não é isso que nos preocupa nesse momento. O que preocupa é que a investigação está em sua fase final e estamos reunindo todas as provas para fazer uma denúncia embasada. A soltura prematura dele pode destruir indícios do crime."
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