Curitiba segue na Copa do Mundo de 2014. Era o caminho que a Fifa buscava desde o ultimato de 21 janeiro. Se a entidade quisesse excluir a sede, teria feito naquele momento ou em dezembro, antes do sorteio. Já havia motivos suficientes para essa decisão. Como não era esse o objetivo da Fifa – nem dos governos envolvidos, pois o mico e o prejuízo seriam enormes para todos –, deu-se um tempo para Curitiba apresentar bons motivos para seguir na Copa.

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Esses motivos foram apresentados. A obra andou extraordinariamente e há dinheiro para tocá-la até o fim sem interrupção. É natural que haja um alívio entre todos os envolvidos na operação Copa em Curitiba, algo que não pode se transformar em relaxamento. São dois meses e meio para concluir o estádio e outros 15 dias para os ajustes necessários até a chave ser entregue à Fifa. Tempo para fazer acabamento, ajeitar entorno, criar condições para todos os testes de TI, telecomunicações, segurança etc. Somente depois será permitido curtir a Copa como o torneio merece.

Mesmo que a tabela tenha empurrado potenciais peladas como Irã x Nigéria e Honduras x Equador, é Copa do Mundo. Um evento totalmente diferente de qualquer jogo a que estamos habituados. Mesmo as pelejas acima serão inesquecíveis para quem assisti-las de perto ou trombar com um iraniano na Boca Maldita e tomar uma com um nigeriano no Largo da Ordem.

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Antes, durante e depois, é preciso cobrar. Ficar a um passo da exclusão é um vexame impossível de apagar da história da cidade. A salvação aos 48 do segundo tempo atenua. O mesmo vale para a correta aplicação e devolução dos recursos públicos empenhados no projeto. Que os financiamentos sejam pagos corretamente, que as desapropriações recebam a devida contrapartida. É o mínimo que se espera depois de o chute no traseiro de Curitiba dar o resultado esperado.

Leonardo Mendes Júnior, repórter