R$ 28 milhões
A auditoria feita no já ultrapassado orçamento de R$ 319 milhões entregue pelo Atlético à Fomento Paraná, dia 23/1, detectou um custo de R$ 28 milhões com gerenciamento da obra da Arena. Vetado, esse valor não será incluído no último empréstimo do poder público ao clube. Esse montante deve ser descontado dos R$ 65 milhões pedidos pelo Atlético para bancar o fim da reforma.
O governo estadual entrega hoje, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o pedido que representará a solução financeira da obra da Arena da Baixada. Um pacote de R$ 250 milhões, que engloba os R$ 65 milhões necessários para concluir o estádio e abastece o caixa do Fundo de Desenvolvimento Estadual (FDE) para atender outros projetos do estado.
A entrega será seguida de uma manifestação pública do governador do estado, Beto Richa, do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, e do presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia. O ato ainda não se sabe se por meio de nota oficial ou em uma coletiva de imprensa terá o objetivo de mandar um recado duplo à Fifa. O primeiro, de que há o dinheiro necessário para concluir a obra; o caixa atual é suficiente apenas até o carnaval. O segundo, indicar uma união entre os três responsáveis pelo estádio para manter a cidade entre as 12 sedes do Mundial.
Na próxima terça-feira, a entidade anuncia a decisão sobre a permanência de Curitiba entre as sedes da Copa de 2014. Quer ter a segurança de que a Arena estará pronta até o fim de abril, com base nos três pontos do plano emergencial costurado na visita do secretário-geral Jérôme Valcke, em 21 de janeiro. A formação do comitê gestor da obra, envolvendo município, estado e clube, foi imediata. O volume de operários passou de 900, no fim de janeiro, para 1.200, nesta semana. A intensificação desse contingente, programado para chegar a 1,5 mil em março, dependia do último ponto do pacote, o fluxo financeiro da obra, assegurado com o novo aporte do BNDES.
O financiamento começou a ser negociado na sexta-feira, em uma reunião entre o secretário estadual de Planejamento, Cassio Taniguchi, e os presidentes da Fomento Paraná, Juraci Barbosa Sobrinho, e do banco federal, Luciano Coutinho, em São Paulo. Técnicos dos órgãos estaduais passaram os dois últimos dias ajustando detalhes do pedido, fechado ontem, no fim da tarde.
Pela manhã, Richa, Fruet e Petraglia se reuniram no Palácio Iguaçu para ajustar o discurso político que acompanhará o anúncio do novo crédito, que será efetivamente liberado após o banco federal verificar se o pedido cumpre os requisitos técnicos e legais.
O dinheiro deve sair do Programa Emergencial de Financiamento dos Estados e do Distrito Federal (PEF), linha de crédito do BNDES para viabilização de despesas de capital das unidades da federação. O Paraná tem uma operação de crédito de R$ 157,7 milhões desse programa parada desde janeiro na Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Assim que for liberado, o dinheiro vai do BNDES para a Fomento Paraná. A agência estadual dividirá o montante em três frentes: empréstimo para completar o orçamento da Arena, restituição ao FDE dos R$ 65 milhões emprestados à obra entre dezembro (R$ 26 milhões) e janeiro (R$ 39 milhões) e investimento de R$ 120 milhões em um projeto do estado não relacionado à Copa do Mundo.
Ontem, no Palácio Iguaçu, não foram discutidas as condições do novo crédito da Fomento à Arena. O cálculo foi feito em cima de uma conta de R$ 330 milhões informada por Petraglia a Taniguchi na semana passada, o que exigiria um aporte de R$ 65 milhões. No entanto, a auditoria no orçamento de R$ 319 milhões entregue pelo Atlético à agência estadual, dia 23 de janeiro, detectou um custo de R$ 28 milhões com gerenciamento da obra. Este item será cortado.
Para receber o novo financiamento (o quarto para a obra), o Atlético terá de apresentar garantias. O assunto não foi discutido no encontro do Palácio Iguaçu, mas devem ser oferecidos como caução o contrato de naming rights da Arena, ainda não vendido, e um dos terrenos desapropriados pela prefeitura para a ampliação do estádio.
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