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Cartão vermelho

As preocupações da CNBB:

• A exclusão dos cidadãos ao direto à informação e à participação nas decisões das obras para a Copa.

• A remoção das famílias para a construção de estádios e obras de mobilidade.

• O aprofundamento da desigualdade social e degradação ambiental.

• A apropriação do esporte por entidades privadas.

• Desrespeito à legislação e aos direitos ambiental, trabalhista e do consumidor.

• Inversão de prioridade com o dinheiro público, que deveria ser para a saúde, saneamento, transporte e segurança.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta semana um folder de orientação aos turistas e às comunidades sobre os riscos da Copa do Mundo. O material será entregue em hotéis, aeroporto e igrejas nas 12 cidades-sede e revela o posicionamento crítico da entidade em relação ao Mundial, que teve até o papa Francisco convidado para a cerimônia de abertura, dia 12 de junho, em São Paulo – mas ele só enviará uma mensagem ao país.

O projeto foi coordenado pelo arcebispo de Maringá (PR), dom Anuar Battisti, que também é responsável pela Pastoral do Turismo. "Não somos contra a Copa. Ela está aí e vai acontecer. Nós só não concordamos com todos os gastos, com a falta de respeito às comunidades, com a construções de estádios faraônicos onde não há tradição no futebol e que nunca mais serão usados, como o de Manaus e Natal, por exemplo", explicou don Anuar, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.

O texto propõe um debate público e pede punições severas à exploração do trabalho escravo, exploração sexual, o tráfico de pessoas, tráfico de entorpecentes e atos racistas durante o Mundial.

"O sucesso da Copa do Mundo não se medirá pelos valores que injetará na economia local ou pelos lucros que proporcionará aos seus patrocinadores. Seu êxito estará na garantia de segurança para todos, sem o uso da violência, revelando que o brasileiro é um povo pacífico e multirracial", explicou.

O folder surgiu após encontros entre representantes das cidades-sede e dá "um cartão vermelho" para a remoção de cerca de 150 mil pessoas para a construção de estádios e de outras obras estruturantes e também apoia o direito a manifestações pacíficas durante a Copa.

A Pastoral do Turismo também está preocupada em promover eventos religiosos durante o torneio da Fifa. A ideia é aproveitar a movimentação dos visitantes para os jogos e especialmente durante o feriado de Corpus Christi, que será comemorado dia 19 de junho, em meio à disputa da Copa. Em Curitiba um dos eventos religiosos já agendados conta com a presença do Padre Reginaldo Manzotti, em uma missa em frente da Catedral Basílica, na Praça Tiradentes, no Centro de Curitiba.

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