Humilhação. Essa é a palavra que define o que foi a derrota por 7 a 1 do Brasil para a Alemanha nesta terça-feira (08) pela semifinal da Copa do Mundo no Estádio do Mineirão. Em uma de suas atuações mais desastrosas na história do Mundial, o time de Luiz Felipe Scolari foi totalmente dominado e viu os alemães decretarem a vitória com gols dos meias Müller e Kroos (duas vezes), do volante Khedira e dos atacantes Schürlle (duas vezes) e Klose agora o maior artilheiro em Copas do Mundo balançaram as redes. Oscar descontou aos 45 do primeiro tempo.
Esta foi a maior derrota da história do futebol brasileiro, igualando-se ao 6 a 0 para o Uruguai no Campeonato Sul-Americano de 1914. Em Copas, foi o pior resultado da seleção
Após a partida, enquanto alguns torcedores estavam anestesiados pela goleada e choravam copiosamente, outros preferiram vaiar e xingar o atacante Fred e até mesmo a presidente Dilma Rouseff. Além disso, alguns focos de confusão nas arquibancadas foram contidos pelos stewards.
Agora, o Brasil precisa se preparar para a disputa do terceiro lugar no próximo sábado (12) as 17h no Mané Garrincha. A final da Copa do Mundo será no domingo (13) entre Alemanha e o vencedor do confronto entre Argentina e Holanda (que fazem a segunda semifinal) as 16h no lendário estádio do Maracanã.
Antes da partida começar, o clima era de festa no Mineirão. Sem Neymar em campo (após fraturar a terceira vértebra lombar nas quartas de final), várias máscaras do atacante foram distribuídas nas arquibancadas e como nas outras partidas o hino nacional foi cantado alto pelos brasileiros. Quando a bola rolou, o time tinha o atacante Bernard na vaga de Neymar e Maicon pela lateral direita (assim como no jogo contra a Colômbia), enquanto Joachim Löw apostou na experiência de Klose na frente
Mas nem o mais pessimista dos brasileiros achou que a seleção brasileira entraria tão perdida em campo. Após levar o primeiro gol, aos 10 minutos de partida, o time abriu espaços na entrada da área e viu os alemães marcarem quatro gols em sete minutos. Nocauteado pela goleada, o Brasil pouco produziu e fez apenas duas finalizações a gol em toda a primeira etapa, nenhuma com perigo de gol para o goleiro Neuer.
O segundo tempo não foi melhor. Em ritmo de treino, a Alemanha tocou a bola com paciência e se fechou na defesa, sem dar espaços para o time de Felipão atacar. Quando finalmente chegou de frente par ao gol, parou nas boas defesas do goleiro Neuer. As mudanças de Felipão não surgiram efeito e o time teve que sair de campo de cabeça baixa e sob vaias, com sua pior derrota em uma Copa do Mundo.
Mais uma vez a seleção brasileira deixa de conquistar um Mundial em casa (em 1950 perdeu na final para o Uruguai) e o sonho do hexacampeonato ficará para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018.
O jogo
O Brasil começou a primeira etapa pressionando a Alemanha no campo de ataque, principalmente do lado esquerdo, em cima do zagueiro improvisado como lateral Höwedes. Os europeus marcaram no meio-campo, reduzindo os espaços brasileiros, e logo acharam o gol aos 10 minutos, quando Müller recebeu o cruzamento do meia Kroos e, sozinho, finalizou para o gol.
Atrás no placar, o time de Felipão se viu obrigado a sair mais para o jogo, deixando espaços para o adversário contra-atacar. Quando o time começava a voltar a se encontrar na partida, o volante Fernandinho errou a saída de bola aos 22, Muller finalizou em cima de Julio César e, no rebote, Klose marcou se tornando o maior goleador em Copas do Mundo.
E quem achou que estava difícil, passou a achar a classificação para a final quase impossível quando os alemães marcaram mais três gols em sete minutos: aos 24 o lateral Lahm cruzou na direita e Kroos chutou forte para marcar, aos 25 Fernandinho perdeu outra bola na entrada da área, Kroos tabelou com o volante Khedira e marcou seu segundo gol na partida. O quinto gol alemão saiu aos 29 quando, em mais uma falha defensiva, o meia Ozil ficou de frente para o gol, se livrou dos zagueiros e tocou a bola para Khedira chutar colocado.
Atordoado, o Brasil não teve forças para reagir. Nulo em campo, Oscar não conseguiu alimentar o ataque e, nas raras vezes em que o Brasil chegou ao ataque, pecou nas finalizações. Para se ter uma ideia da ineficiência brasileira, foram apenas duas bolas finalizadas em todo o primeiro tempo sem perigo para o goleiro Neuer. O atacante Fred passou a ser um dos mais vaiados no estádio, enquanto o time de Joachim Löw diminuiu o ritmo, se poupando.
Querendo evitar um desastre maior, Felipão sacou Fernandinho e o atacante Hulk no intervalo e colocou os volantes Ramires e Paulinho para começar o segundo tempo. Enquanto a Alemanha se limitava a defender, o Brasil avançou todo para o campo de ataque, mas foi a vez de Neuer mostrar porque é um dos melhores goleiros do mundo, evitando os vários arremates brasileiros.
E, mesmo com uma postura mais defensiva, os alemães tiveram tempo e espaço para fazer mais gols. Aos 23, em mais uma falha defensiva, Lahm recebeu a bola na área e achou Schürlle de frente para o gol, que só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo das redes.
Sem paciência, a torcida passou a vaiar fortemente o Brasil e ainda gritou "olé" quando o time de Löw trocava passes. Os alemães tiveram tempo de fazer o sétimo gol aos 33 quando Scürlle, quase sem ângulo, chutou forte e marcou um golaço. O gol de honra saiu aos 45 quando Oscar driblou o zagueiro e chutou por baixo de Neuer.
Quando o juiz apitou o fim da partida, o Brasil saiu de campo de cabeça baixa e humilhado por sua pior derrota em Copas do Mundo. Mais uma vez, deixou escapar a chance de vencer um Mundial dentro de casa.
Brasil 1 x 7 Alemanha
Clima e super-ricos: vitória de Trump seria revés para pautas internacionais de Lula
Nos EUA, parlamentares de direita tentam estreitar laços com Trump
Governo Lula acompanha com atenção a eleição nos EUA; ouça o podcast
Pressionado a cortar gastos, Lula se vê entre desagradar aliados e acalmar mercado