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Era para ser a última entrevista coletiva da seleção alemã na Bahia, mas virou uma festa. Sentados ao lado de jornalistas do mundo inteiro, índios pataxós com lanças, cocares e rostos pintados acompanharam, com a ajuda de fones de tradução simultânea, as perguntas feitas a Müller, Lahm e o diretor técnico Bierhoff.
Ao final de tudo, receberam uma doação de 10 mil euros da federação alemã de futebol para comprar um veículo para as comunidades indígenas de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália - talvez uma ambulância - e pediram apoio para demarcação de terras e redução dos impactos da urbanização.
Desde a chegada da Alemanha na região, os pataxós interagiram com a equipe. Tibúrcio, o professor de dança de Neuer e Schweinsteiger, que se autointitula amuleto dos alemães na Copa, também deu as caras.
Agradecimentos fervorosos à hospitalidade que receberam na vila de Santo André, marcaram as falas de Müller, Lahm e Bierhoff. "Grande parte do que tivemos no Campo Bahia [o resort que hospeda o time] foi graças a pessoas daqui, que tornaram nossa vida mais fácil. Sempre tivemos apoio e, mesmo após o jogo contra o Brasil, não houve nenhuma hostilidade. Ele foram anfitriões perfeitos", disse o lateral e capitão Lahm.
"Tivemos aqui uma experiência completamente diferente de tudo que já vivemos, como um pequeno sítio só para nós, em que convivíamos o tempo inteiro. O Campo Bahia foi perfeito para nós", acrescentou Müller.
Antes de entregar um cheque simbólico aos índios, Bierhoff gastou alguns minutos com agradecimentos, que começaram pelo governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), e se estenderam até os responsáveis pela condução da balsa que faz a travessia entre Cabrália e Santo André, cortando o rio João de Tiba.
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