Deveria ser o grande momento de Éver Banega na Copa do Mundo. O meia voltou para o futebol argentino exclusivamente por causa da Copa do Mundo. Participou de toda a campanha das eliminatórias. Era convocado rotineiramente desde 2011, quando Alejandro Sabella assumiu o comando da seleção. Faria parceria com seu bom amigo de Rosário, Lionel Messi.
Mas o treinador se mostrou mais fiel aos jogadores que confia do que aos que possuem bom relacionamento no elenco. Por causa disso, Enzo Pérez, 28, é o principal candidato a substituir Ángel Di María na semifinal contra a Holanda, na quarta (9), em São Paulo.
Pérez é um dos quatro integrantes da seleção no Mundial que deram a Sabella seu maior título da carreira até agora: a Taça Libertadores de 2009 pelo Estudiantes de La Plata. "Ele está conosco porque oferece versatilidade e dinâmica de jogo", define o técnico.
Pérez foi uma das grandes surpresas da convocação. Semanas antes da lista ser divulgada, recebeu telefonema de Sabella que citou a possibilidade de colocá-lo entre os 30. Para a imprensa argentina, não havia espaço para ele no meio-campo. Nem mesmo entre os reservas. Ninguém contava com o corte de Banega.
Muito menos com a lesão na coxa esquerda de Di María que lhe tirou as chances de continuar no Mundial. Pérez o substituiu ainda no primeiro tempo da vitória sobre a Bélgica, pelas quartas de final. "Fiquei orgulhoso. Quem não ficaria depois de estrear na Copa do Mundo? Entrei em um momento difícil do jogo. Estava complicado. A medida que o tempo foi passando, me encontrei em campo e tudo acabou bem", disse, com sorriso de orelha a orelha, após a partida.
Pérez foi bem menos incisivo, ofensivamente, do que Di María, meia que atua aberto pelos lados do campo e, com frequência, corta para o meio para tentar a finalização. Mas o substituto fez exatamente o trabalho de marcação pedido por Alejandro Sabella.
Desde que foi comandado pelo técnico, no título de 2009, ele pouco tem desempenhado essa função. No Benfica (POR), atua preferencialmente "por dentro", como volante ou fazendo a ligação do meio com o ataque. "Realmente, é atuar tão aberto pelas pontas é papel que não desempenho há muito tempo. Não tive nem tempo de me aquecer para entrar na partida após a lesão de Fideo [Di María]. Acho que fui bem. Alejandro [Sabella] pediu para que eu ajudasse Zabaleta a marcar na lateral e fiz isso", analisa.
Contra a Holanda, a ameaça pelas pontas será ainda mais perigosa e atende pelo nome de Arjen Robben. O auxílio de Pérez, seja cobrindo o volante que sai para fazer a marcação ou empenhado ele mesmo em conter o adversário, poderá ser fundamental. O próprio volante revelado pelo Estudiantes sabe disso.
"Sim, mas não vou pensar nisso agora. É uma alegria imensa estar na semifinal. Um sonho que a Argentina não realizava há 24 anos. Isso fica para depois", finaliza.
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