Messi marcou um golaço para cravar vitória argentina sobre o Irã| Foto: Reuters
Aguero tenta lance no ataque argentino
Goleiro iraniano Alireza Haghighi manda seu time para frente
Argentinos Dí Maria e Messi decepcionados pelas chances desperdiçadas
Ashkan Dejagah, do Irã, discute com árbitro pedindo falta
Goleiro iraniano faz boa defesa em mais um ataque argentino
Meia Dí Maria se desepera ao perder chance de gol
Messi bate falta para a Argentina enquanto barreira sobe para afastar perigo
Técnico do Irã, Carlos Queiroz permaneceu agitado durante boa parte do jogo
CARREGANDO :)

O cenário no Mineirão estava pronto para uma festa argentina, mas o que se viu foi um verdadeiro sufoco. O estádio em Belo Horizonte estava tomado pelo azul e branco da torcida, o ídolo Maradona estava nas arquibancadas, mas nada disso contagiou a seleção da Argentina, que penou e empatava em 0 a 0 com o Irã até os acréscimos. Mas a equipe tem Messi.

Apagado durante 90 minutos, ele apareceu aos 45 do segundo tempo para marcar o gol heroico que selou a vitória por 1 a 0, neste sábado (21), e garantiu a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo.

Publicidade

E os comandados de Alejandro Sabella podem ficar muito satisfeitos pelo resultado porque as melhores chances da partida foram do Irã. Depois de um primeiro tempo em que os argentinos passaram quase o tempo todo no campo de ataque e esbarraram na retranca adversária, no segundo os iranianos se soltaram, ganharam confiança, foram para cima e só não marcaram porque pararam no goleiro Romero. Quando quase não havia mais esperança, Messi mostrou o que faz dele um dos melhores de todos os tempos.

O gol salvador deve tirar um pouco a pressão de uma torcida que apoiou sua seleção o tempo todo, ignorou o péssimo desempenho e não parou de cantar, mas deve ter saído do estádio insatisfeita com a exibição. Após o apito final, ela pôde celebrar a vaga, já que Argentina chegou aos seis pontos e não pode mais ser ultrapassada por duas equipes da chave.

Na última rodada da primeira fase, os argentinos duelam contra a Nigéria, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, e podem inclusive já ter a liderança do grupo garantida, dependendo do resultado do duelo entre nigerianos e bósnios ainda neste sábado. Já os iranianos, castigados pela genialidade de Messi, têm um ponto e duelam também na quarta contra a Bósnia-Herzegovina, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

O jogo

O Irã mostrou desde o primeiro minuto que atuaria extremamente fechado. Di María, com muita habilidade e agilidade, era a válvula de escape da Argentina. O meia do Real Madrid entortava os zagueiros adversários e acabava com a monotonia do ataque argentino. Faltava, no entanto, o mesmo comportamento de seus companheiros, que pareciam aceitar a forte marcação e só tocavam de lado.

Publicidade

O primeiro bom momento, no entanto, surgiu de uma bola esticada por Gago, que achou Higuaín na área, mas o atacante foi abafado por Haghighi aos 12 minutos. Aos 21, Di María encontrou Higuaín, que ajeitou para Agüero chegar batendo. O goleiro iraniano desta vez precisou voar no ângulo esquerdo para pegar. Mais dois minutos e Rojo quase marcou de cabeça, jogando rente à trave após escanteio.

A pressão era intensa, a Argentina já não encontrava tanta dificuldade para atravessar a marcação iraniana e o gol parecia questão de tempo. Mas logo o Irã voltou a colocar os 11 jogadores de sua intermediária defensiva para trás e aumentou o problema para os argentinos. Em bolas paradas, Messi, que jogou por cima, e Garay, que aproveitou falta batida da esquerda, até passaram perto.

Mas a Argentina fazia muito pouco para transformar os 75% de posse de bola no primeiro tempo em gol. Para piorar, o Irã terminou a etapa empolgado, depois de assustar em um escanteio que Hosseini cabeceou com muito perigo, aos 42 minutos. Na volta do intervalo, o time asiático quase marcou com Ghoochannejhad, que cabeceou em cima de Romero após rápido contra-ataque.

O que estava ruim no primeiro tempo ficou ainda pior no segundo para a Argentina, que sequer incomodava o gol adversário. Somente quando Messi arrancou do meio e bateu com perigo da entrada da área, aos 14 minutos, o torcedor voltou a ter motivos para se empolgar. A torcida, aliás, seguia empurrando o time de Alejandro Sabella mesmo com a péssima atuação em campo.

O jogo ganhava contornos dramáticos porque o segundo tempo era todo do Irã, que criava as melhores chances. Aos 18 minutos, Hajsafi arriscou de longe, a bola desviou e quase surpreendeu Romero. Na cobrança de escanteio, a zaga bobeou e a sobra ficou no meio da área, pingando, até que alguém aparecesse para afastar.

Publicidade

O Irã gostava do jogo e já dominava, até que aos 21 minutos teve a melhor chance da partida. Montazeri cruzou de longe, pela direita, Dejagah aproveitou cochilo de Zabaleta, se antecipou ao lateral e cabeceou bem. Romero, adiantado, precisou se esticar todo para desviar por cima.

Foi a última chance do Irã porque logo a equipe voltou a recuar e esperar a Argentina. Por sua vez, o time de Sabella foi para cima, mas seguia sem criatividade alguma, dependiam de bolas alçadas na área e chutes de longe para tentar algo. Aos 40 minutos, Ghoochannejhad ainda quase marcou, em contra-ataque rápido iraniano, mas parou mais uma vez em Romero.

Quando o clima já era de desânimo na seleção argentina e o estádio começava a se calar, brilhou a estrela de Lionel Messi. Aos 45 minutos, o atacante recebeu pela direita, como aconteceu tantas vezes durante a partida. Nesta, no entanto, mostrou toda sua qualidade. Com agilidade, cortou o zagueiro armando para a perna esquerda. Com a categoria costumeira, finalizou no ângulo direito do goleiro, selando a vitória.

Argentina 1 X 0 Irã